Advogado Mahon recorrerá da decisão. Alega que participaram da votação 19 desembargadores, quando o mínimo seria 20. E que 4 desembargadores não acompanharam primeira sessão
TÉO MENESES
O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ/MT) decidiu, por maioria de votos do Tribunal Pleno, aposentar compulsoriamente o juiz Fernando Márcio Salles, acusado de pedofilia quando atuava na comarca de Paranatinga (a 370 km de Cuiabá). O magistrado, no entanto, promete recorrer para continuar no cargo.Como o processoadministrativo disciplinar (PAD) apreciado quinta-feira pelo TJ tramita em sigilo, a assessoria do Tribunal confirmou apenas que a maioria dos membros do Pleno concordou com a decisão que representa a pena máxima no Judiciáriobrasileiro.Com a aposentadoria, o magistrado receberá pensão de acordo com o tempo de contribuição. Ele foi acusado de prometer presentes em troca de sexo a 3 adolescentes de 12 a 15 anos.
Marcos Lopes/HiperNotícias
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Maioria do pleno concordou com a decisão que representa a pena máxima para membros do judiciário brasileiro
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Responsável pela defesa do juiz, o advogado Eduardo Mahon prometeu recorrer da decisão. Alega que participaram da votação apenas 19 desembargadores, quando o mínimo seria 20. Afirma ainda que pelo menos 4 desembargadores não acompanharam a primeira sessão em que foi apresentado o relatório do PAD. Diz ainda não haver provas para justificar a decisão e que as investigações começaram a partir de um delegado da Polícia Federal. Por isso, admite recorrer ao próprio TJ e até mesmo ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), Supremo Tribunal Federal (STF) e Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O caso começou com depoimentos à CPI da Pedofilia, do Congresso Nacional.Mato Grosso já teve 11 juízes e desembargadores aposentados, mas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Dez deles receberam créditos salariais de forma irregular, enquanto um foi acusado de nepotismo após empregar filhos como funcionários fantasmas.