O embate entre o presidente do TJ e afiliada da Globo no PR


Do Blog do Esmael Morais

Presidente do TJ-PR promete guerra contra grupo RPCTV/Globo

O presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), desembargador Cleyton Camargo, adiantou que vai levar às últimas consequências os ataques que vem recebendo do grupo RPTV/Globo no estado. Ao longo da semana, as emissoras e jornais do conglomerado denunciou que o magistrado está sendo investigado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por suposta venda de sentenças. O acusado nega envolvimento no caso e espera que essa questão seja arquivada nos próximos dias.
Pois bem, o presidente do TJ contratou o advogado Luiz Carlos Rocha, o Rochinha, para representa-lo em uma ação milionária contra o grupo RPCTV. Camargo diz que vai provar que está sendo vítima de armação da família Cunha Pereira, proprietária da afiliada da Rede Globo no Paraná, porque teria votado contra seus interesses reiteradas vezes.
Segundo uma fonte ligada ao presidente do TJ, foram levantados vários processos que tramitam contra a família Cunha Pereira naquela Corte. Um deles, de acordo com a mesma fonte, tem relação com a acusação de pedofilia e que Cleyton Camargo, a exemplo do RPCTV, estaria disposto a não respeitar o sigilo nesse contencioso.
O presidente do TJ tirou esta semana de férias (parece que viajou para os Estados Unidos), mas determinou à sua assessoria que prepare os torpedos para a guerra final na semana que vem. A Gazeta do Povo, um dos órgãos da RPC, também faz sua parte. Ontem veiculou matéria de capa e hoje (domingo, 28) deu mais uma sapecada no magistrado na coluna “Notas Políticas” destacando que o TJ está em baixa por conta das investigações do CNJ. Segundo uma fonte no jornal, a ideia é seguir beliscando no calcanhar de Camargo sem trégua.
Na Assembleia Legislativa, fala-se que essa guerra entre o grupo RPC e o presidente do TJ tem “fortes indícios de vedeta” e que o objetivo da família Cunha Pereira seria, agora, inviabilizar a candidatura do deputado Fábio Camargo (PTB), filho do desembargador, ao cargo de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE). O parlamentar, por sua vez, em 18 de fevereiro último, durante discurso na tribuna, acusou a afiliada da Globo de ser uma “organização criminosa”.
Mesmo que a Gazeta/RPC assuma a postura anti-Camargo, na outra ponta, a da política real, não há movimento expressivo para catalisar essa “indignação” da família Cunha Pereira.
Deputados governistas e oposicionistas informam ao blog que se a eleição para o TCE fosse hoje, muito provavelmente, Fábio Camargo seria eleito com folga. Eles dizem que o primeiro-secretário da Casa, Plauto Miró (DEM), herdou a rejeição da gestão entre os pares e que o presidente da Assembleia, Valdir Rossoni (PSDB), estaria ‘mais pra lá do que pra cá’. Em português claro: teria jogado a toalha.
“Cristianizado”, a expectativa dos deputados é que Plauto Miró desista de concorrer ao TCE ainda esta semana. A conferir.
Quanto a Fábio Camargo, candidato ao TCE, a despeito dos ataques a seu pai, foi orientado a fazer obsequioso silêncio. Mas ele não descarta subir na tribuna para novos discursos incendiários.
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