GILSON NASSER
Da Redação
Da Redação
O Ministério Público Estadual instalará na próxima semana um procedimento investigatório para apurar a "origem" e os pagamentos recebidos pelo instituto Concluir nos anos de 2012 e 2013 feitos pelo Governo de Mato Grosso. O instituto ganhou o noticiário estadual nesta semana após ser descoberto que confeccionou milhares de apostilas para cursos de qualificação profissional com termos pejorativos contra várias cidades do Estado.
Desde terça-feira, várias denúncias envolvendo o nome do instituto chegaram as mãos dos promotores. Inicialmente, as investigações seriam baseadas somente nas falhas de impressão cometidas nos cadernos, mas diante das denúncias de que o instituto poderia ser uma "empresa de fachada para lavagem de dinheiro" serão ampliadas.
O Documento apurou que o instituto Concluir foi fundado oficialmente em 29 de fevereiro de 2000 tendo como presidente Sivaldo Antônio da Silva. Todavia, em 21 de junho de 2012, o instituto passou a ser propriedade de Wagner Ferreira de Vasconcelos, que é morador da rua E, número 259, no bairro Boa Esperança, em Cuiabá.
Além de presidir o instituto, Wagner é gerente da empresa Microlins na capital de Mato Grosso. O Documentotentou localizar Wagner para entrevistá-lo sobre as apostilas e outros assuntos, mas um funcionário da Microlins revelou que o "real dono" do instituto seria um homem identificado apenas como Paulo Lemes.
COFRE CHEIO
Apesar de ter sido oficialmente criado em 2000, o instituto Concluir ficou durante 12 anos praticamente sem ter nenhum cliente. Somente em 2012, a empresa passou a atuar fortemente tendo como único cliente a Secretaria Estadual de Trabalho e Assistência Social.
Para conseguir prestar serviços a Setas, o instituto foi habilitado pelo Conselho Estado do Trabalho em maio de 2012. Nesta mesma data, também foram habilitados o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e o Instituto de Desenvolvimento Humano de Mato Grosso, que perderam várias licitações justamente para o Concluir.
Em sete meses entre 2012 e 2013, a empresa recebeu exatamente R$ 13,132 milhões dos cofres públicos do Governo de Mato Grosso. Os pagamentos foram prestados basicamente para execução do "Qualifica Mato Grosso", "Copa em Ação", "Juventude Cidadã" e ainda serviços de atendimento das "demandas de alta complexidade" do Abrigo Lar da Criança, em Cuiabá.
Os dados do Fiplan (Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças) mostram que o mês mais rentável do Concluir foi novembro do ano passado. Um mês após o término das eleições municipais, o instituto recebeu R$ 5,733 milhões, sendo que somente no dia 13 de novembro do ano passado a empresa "abocanhou" R$ 3,084 milhões.
OUTRO LADO
O diretor do Instituto Concluir, Aroldo Portela, explicou que a empresa possui vários clientes além da Setas. Todavia, ele não conseguiu citar nenhum nome dizendo "teria que buscar nos arquivos".
Segundo Aroldo Portela, o instituto passa constantemente por renovações na presidência. Ele também questionou os dados oficiais do Fiplan garantindo que recebeu cerca de R$ 7 milhões do Governo do Estado e não R$ 13,132 nos últimos dois anos.
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