O Ministério Público de Goiás (MP-GO) pediu e o juiz Pedro Silva Corra determinou que o médico ginecologista Itamar Cristino de Figueiredo, de 65 anos, seja afastado de suas funções pelos próximos 90 dias. A medida foi tomada em função de o médico ser suspeito de tentar abusar sexualmente de duas primas, ambas de 15 anos, no Hospital da Mulher de Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia .
Uma das garotas estava internada por causa de uma infecção urinária. À polícia, ela teria dito que o ginecologista teria lhe dado um beijo na boca e a tocado nos seios e na virilha.
A outra adolescente é prima da paciente e pernoitou com ela no hospital. Ela diz que o médico teria acariciado sua barriga e também tentado beijá-la na boca.
A mãe da menina que estava internada disse ao G1 que no mesmo dia a filha ligou nervosa para ela, pedindo que a buscasse. "Estranhei porque ela ainda não tinha recebido alta. Cheguei a ligar para a enfermeira, mas ela me disse que estava tudo bem", diz.
Mais tarde, a mulher esteve no hospital e a filha, de fato, acabou liberada. Ao chegar à unidade de saúde, a irmã dela lhe contou do ocorrido. "Fiz um escândalo danado e saímos direto do hospital direto para a delegacia", afirma.
Médico nega 
Procurado pelo G1 , o médico Itamar Cristino de Figueiredo disse por telefone que todas as acusações feitas a ele são falsas e caluniosas. Ele alegou que a paciente deve ter "confundido as coisas".
"Isso não é verdade. Nunca abusei de ninguém. Não devo e vou provar que sou inocente. A porta da enfermaria fica aberta. Nunca estuprei ninguém e estou com a consciência tranquila", disse o médico, que ressaltou ter 35 anos de profissão.
O ginecologista afirma que está sendo vítima de difamação. Ele lamenta que decisão da Justiça de afastá-lo temporariamente das suas funções.
"Foi intempestiva e inadequada. Decidiram sem me ouvir, sem me perguntar, sem ouvir meu depoimento. Vou prestar as declarações necessárias e provar que sou inocente", argumenta.
Além de não poder prestar atendimento médico, Itamar Cristino de Figueiredo também está proibido de deixar a cidade de Inhumas até o fim das investigações. Ele deve prestar depoimento na próxima quinta-feira (2).