Informações desencontradas marcam denúncia de abuso sexual em escola particular


Cláudia Galvão e Amanda Dantas

Alagoas24horas
Chefe de operações disse que a mãe do menor não procurou a Polícia Civil
Chefe de operações disse que a mãe do menor não procurou a Polícia Civil
Uma mãe desesperada após o filho ter sofrido abuso sexual ou um enorme mal-entendido? Esse é o questionamento que a Polícia Civil de Alagoas deverá responder. A suposta violência veio à tona por meio da imprensa na última terça-feira, dia 16. Uma mãe procurou a imprensa para denunciar que tentava a realização do exame de conjunção carnal no seu filho, de apenas 7 anos, que teria sido abusado pelo zelador da escola onde estuda, no bairro de Guaxuma. O menino teria chegado em casa assustado e após a insistência da mãe confirmou que teria sido molestado pelo funcionário da escola.
O caso veio à tona e mobilizou a imprensa local. Na manhã de hoje (18), todos os veículos de comunicação da capital se concentraram na porta da Delegacia Especializada de Crimes Contra a Criança e o Adolescente para acompanhar os ‘depoimentos’. Apesar da repercussão, o chefe de operações da especializada disse que a mãe do menor não foi convidada a ir à delegacia na manhã de hoje, embora tenha confirmado a instauração do inquérito para apurar o suposto abuso.
Também na manhã de hoje, o chefe de operações recebeu a visita ‘voluntária’ da diretora, coordenadora e advogado da escola. O trio chegou à delegacia e em breve conversa com a imprensa, negou todas as acusações. O caso deve ser investigado pelo delegado Nivaldo Aleixo, que substitui a titular da delegacia.
A diretora da escola disse que o suposto agressor é um rapaz de conduta bastante tranquila, de 26 anos, casado e que nunca demonstrou qualquer comportamento anormal. Disse, ainda, que a mãe da criança supostamente abusada jamais procurou a escola e que no dia em que teria ocorrido a violência o menino se comportou de maneira normal, inclusive na van de transporte escolar que o levou à sua residência.
A declaração mais importante da diretora, no entanto, foi a informação de que a mãe do garoto teria feito a mesma denúncia em uma escola localizada em Sauaçuhy, onde o menino estudou. A diretora da referida escola teria se oferecido para depor sobre o caso. À época, a suposta violência não se confirmou.
Ainda segundo a diretora, na manhã de hoje (18) teria ocorrido uma mobilização de pais e alunos em defesa do funcionário da escola, que se apresentou à direção e negou as acusações da família e do menor. Ontem, o menino – que apresentaria déficit intelectual – foi submetido a exame de conjunção carnal. O resultado deve ser divulgado em 30 dias.
Apesar das afirmações dos representantes da escola, a mãe garante que o filho chegou em casa com um machucado no braço e no pênis. O caso, agora, deverá ser investigado pela polícia judiciária.
A mãe do menor esteve na manhã de hoje na Secretaia de Estado da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos. Ao ser questionada sobre as afirmações dos representantes da escola, a mãe disse que 'contra fatos não há argumentos' e que - por orientação de psicólogos - só irá se manifestar por meio dos seus advogados.

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