Criança é encontrada em cova rasa com sinais de abuso em mata de Sauaçuhy


Juliana, de 8 anos, desapareceu na terça; no mesmo local, tia e prima foram estupradas

Criança é encontrada em cova rasa com sinais de abuso em mata de Sauaçuhy
Criança é encontrada em cova rasa com sinais de abuso em mata de Sauaçuhy
Atualizada às 11h08
Todos os dias era a mesma ‘ladainha’. A pequena Juliana Maria dos Santos, de 8 anos de idade, sempre demorava para se vestir, pôr o uniforme, para ir ao colégio, na cidade de Paripueira.
Ela, moradora do condomínio Sauaçuhy, no bairro de Ipioca, em Maceió, ali pertinho, perdeu a hora mais uma vez e seu ônibus escolar não a esperou.
Sua mãe, quando isso aconteceu, já havia saído de casa, às margens da AL-101 Norte, para o trabalho. Rosicleide Maria dos Santos é empregada doméstica em outro bairro da capital.
José Antônio dos Santos, pai da pequena ‘Nina’, como era chamada pelos coleguinhas, trabalhava no sítio Lauro Braga, o antigo Praia Norte, em frente à residência deles – para tanto, apenas atravessando a rodovia, que delimitava o lugar seguro do fatídico fim.
O local, perto do terminal rodoviário de Sauaçuhy, foi palco de um crime sem adjetivos.
O corpo de Juliana foi encontrado por moradores da região, na manhã desta quarta-feira (20), após um dia de desaparecimento.
As informações colhidas pelo portal Tribuna Hoje dão conta de que ela teria sido enterrada em uma cova rasa em uma mata, havendo indícios de abuso sexual – a garota estava sem roupas, de bruços e com as nádegas ‘para fora’ da cova.
Mas isso só será constatado por meio das análises dos peritos dos institutos de Criminalística (IC) e Médico Legal (IML) que estiveram no local, fazendo os devidos procedimentos. Agentes da Delegacia de Homicídios devem entrar no caso.
Drama familiar
Segundo a avó da pequena, a dona Mara, a família tem um longo histórico trágico.
Há mais de dois anos, uma tia de Juliana, dona do depósito Praia Mar, logo ao lado, fora também violentada e teve sua filha estuprada e morta por um funcionário. Desde então, o lugar está fechado.
Além desta tia e prima de Juliana, outro tio foi executado bem no sítio onde a garota foi encontrada nesta quarta.
Desespero e buscas
Quando voltou do trabalho, a doméstica Rosicleide Maria dos Santos perguntou pela filha. Disseram-lhe: “Está brincando lá fora na bicicleta”.
Até certo horário, ela não se preocupou. Porém, com o agravo da hora passando e, notando o céu escurecer, foi procurar lá fora.
E viu o que a deixou mortificada: a bicicleta estava encostada no batente na entrada da casa.
De acordo com a tia Eleiene Silva Alexandre, a última pessoa que viu Juliana com vida foi o primo Guga. “Ela teria pedido a elepara atravessá-la para o outro lado da rodovia, para ir ao sítio. O Guga disse que não faria isso sem a permissão da mãe dela”, conta ao TH.
Questionada se há suspeitas recaindo sobre esse primo, ela disparou que a “família não sabe a quem atribuir o crime”.
Ainda ontem, terça-feira, os familiares foram até o Conselho tutelar de Paripueira para pedir ajuda e procuraram a garota.
Todos se encaminharam à Delegacia de Crimes Contra a Criança e o Adolescente (DCCCA) e, sob comando da delegada Bárbara Arraes, buscas foram efetuadas durante toda a noite.
Apenas nesta quarta (20) pela manhã é que moradores se mobilizaram e encontraram a menina já sem vida, sem traço algum da alegria que ela comumente emanava.
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Criança é encontrada em cova rasa com sinais de abuso em mata de Sauaçuhy / Sandro Lima