O tribunal de Anadia condenou dois arguidos, amigos, que fizeram de três irmãos menores (duas meninas e um rapaz) escravos sexuais em orgias com álcool e filmes pornográficos, beneficiando da proximidade e confiança que tinham junto dos pais das vítimas.
A um dos acusados, Inocêncio, 50 anos, operário fabril, que se fazia passar por padrinho de uma das raparigas, o coletivo determinou oito anos e seis meses de pena de cadeia por seis crimes de abuso sexual de menor justificada pelo juiz presidente para garantir que as situações “não se voltem a repetir”. A advogada de defesa admitiu recorrer. Já o outro homem, 52 anos, que respondeu por dois crimes de abuso sexual, foi condenado a quatro anos e seis meses de cadeia, ficando com a pena suspensa mediante regime de prova por igual período, vendo ainda revogada a medida de coação a que estava sujeito (prisão domicliária). O tribunal deu como provada, integralmente, a acusação. Além da confissão do arguido Arlindo, a quem foi aplicada a pena mais leve por abusos menos graves e revelar imputabilidade atenuada, foram consideradas “esclarecedoras” nas dúvidas suscitadas as declarações das vítimas (de oito, nove e 11 anos) feitas para memória futura na fase de inquérito. Foi relevado a favor de Arlindo ainda ter sido influênciado pelo amigo. Os abusos ocorriam “sempre que se proporcionava” encontros com a crianças, que ocorreram na casa de Inocêndio, em Anadia, na fábrica onde trabalhava e mesmo na residência dos pais das vítimas, em Aveiro, onde os acusados chegaram a passar a noite sozinhos. As crianças, atualmente institucionalizadas, seriam, presumivelmente, usadas como escravas sexuais. Para isso, segundo a acusação, beneficiaram da relação de proximidade com a mãe e o padrasto. As crianças seriam obrigadas, entre outras práticas, a beber espumante, fumar, assistir a filmes pornográficos e a desfilar em roupa interior, nomeadamente, “lingerie”, bem como adereços usados para encontros de cariz sexual, que os arguidos compravam. A reprodução das cenas, ao vivo, era feita com pormenores sórdidos, nomeadamente recurso a pomadas. Numa situação, tentaram, sem sucesso, que o irmão mantivesse relações coma irmã. A investigação não apurou concretamente quando terão começado os abusos, admitindo-se que sejam anteriores a Junho de 2011, tendo-se prolongado até Maio do ano passado. O arguido detido preventivamente terá conquistado a confiança dos pais e das crianças, oferecendo presentes às crianças (pediu para ser padrinho de uma das meninas) e até suportado despesas do agregado familiar com ajuda do outro homem, embora não se tendo descortinado cumplicidade da mãe ou do padrasto. Conseguiram evitar denúncias, ameaçando as crianças que, caso contassem alguma coisa, o padrasto iria preso. Uma zanga entre os supostos abusadores levou o mais velho a contar a uma amiga que alertou as autoridades. |
Cadeia efetiva para um dos dois homens acusados no caso dos abusos sexuais de menores em Anadia
abril 17, 2013
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