Apostilas do programa Qualifica Mato Grosso desmerecem cidades do estado; governo não se manifesta


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Trecho de apostila sabotada
Material utilizado em curso de capacitação oferecido pelo governo do estado teve seu conteúdo alterado com a intenção de distorcer a história de fundação dos municípios da Baixada Cuiabana. As mudanças ridicularizaram as histórias de Poconé, Cáceres, Santo Antônio do Leverger e Barão de Melgaço.
As apostilas estão sendo utilizadas no curso de Atendente de Hotelaria e Turismo, oferecido pelo programa Qualifica Mato Grosso. Esse projeto tem como objetivo capacitar 3,2 mil alunos para o Mundial de 2014, em 60 municípios, através de 17 cursos.
“A primeira habitação naquele cu de mundo foi feita por um tal de Lourenço”, diz texto da apostila sobre o município de Barão de Melgaço. Ainda sobre o município, o livro diz que a cidade é um pântano, com apenas 2,5% de terra firme. Barão ainda teria sido classificado de atoleiro inóspito e porcaria.
Em outro trecho da publicação, consta que Cáceres foi fundada “fundada por um grupo de excomungados gatos de botas que carregavam bandeiras, índios tabajaras, freiras lésbicas celibatárias e fugitivos de um circo de horrores holandês”.
Poconé é apresentado como um “vilarejo colonizado por faiscadores, muambeiros, aventureiros, meretrizes, mercadores e outros tipos comuns naqueles filmes de faroeste que, seduzidos pela abundância do ouro facilmente extraído acabaram naquele fim de mundo onde ficaram presos para sempre”.
O Instituto Concluir é o responsável pela elaboração do conteúdo e assumiu a responsabilidade pelas apostilas distribuídas. Embora a qualificação seja oferecida pela Secretaria Estadual de Trabalho e Assistência Social (Setas), o Instituto afirma que a pasta não tem nenhuma responsabilidade sobre o ocorrido.
Segundo o Instituto, cerca de 40 das 7 mil apostilas confeccionadas foram sabotadas. O material está sendo recolhido para ajustes. O governo de Mato Grosso não se pronunciou sobre o caso.
Comentário: será que o governador Silval vai mandar (mandar) abrir uma investigação com “intensa seriedade” para apurar e punir os responsáveis?