Por perseguição:João Emanuel manda parar reforma e suspende pagamentos


Todos os pagamentos do Legislativo passarão por avaliação, segundo presidente

Thiago Bergamasco/MidiaNews
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O presidente João Emanuel, que realiza "pente-fino" na Câmarano dia 1º
LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O presidente da Câmara de Cuiabá, vereador João Emanuel (PSD), determinou a paralisação da reforma na estrutura física do Palácio Paschoal Moreira Cabral.

Eleito na terça-feira (1º) para suceder a Júlio Pinheiro (PTB), ele também mandou suspender todos os pagamentos do Poder para "fazer uma avaliação".

As obras de reforma e ampliação da sede do Legislativo foram contratadas pelo valor de R$ 114 mil, e começaram em novembro passado.

O objetivo principal era acomodar os novos vereadores – que passaram de 19 para 25. Para isso, o projeto previu a construção de oito gabinetes, sendo seis para os novos titulares e dois para suplentes.
"Assim que concluirmos o diagnóstico, os pagamentos que não apresentarem problemas serão retomados, em todas as áreas"

“O Júlio Pinheiro deixou alguns gabinetes prontos, mas a obra ainda não foi entregue. Nós mandamos suspender todos os pagamentos para fazer uma avaliação”, informou o novo presidente.

João Emanuel não disse se há indícios de irregularidades. Ele ressaltou que está fazendo levantamentos em todos os setores do Legislativo.

“Minha equipe de transição está avaliando tudo. Estamos fazendo levantamento do patrimônio, checando as atribuições de cada pasta”, afirmou.

“Assim que concluirmos o diagnóstico, os pagamentos que não apresentarem problemas serão retomados, em todas as áreas”, disse. 
Luiz Alves/Secom


A cautela de João Emanuel se justifica pelo histórico de escândalos da Câmara. Em 2009, o Palácio Paschoal Moreira Cabral passou por uma polêmica reforma de R$ 3,5 milhões.

De acordo com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), houve superfaturamento de R$ 1,1 milhão na obra. Em alguns itens, como o telhado, o sobrepreço teria ultrapassado 1.000%.

A reforma superfaturada foi alvo de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) este ano, que acabou não punindo ninguém.

Demissões

Outro ato realizado pelo presidente foi a exoneração dos 148 comissionados que compõem o quadro do Legislativo de Cuiabá.

No lugar deles, João Emanuel já nomeou sete pessoas que compõem sua equipe de transição, e vai montar seu staff aos poucos.

Entre os já nomeados, estão o secretário-geral, Aparecido Alves, e o assessor de imprensa, jornalista Flávio Garcia.

A reforma do regimento interno da Câmara – sua principal proposta na campanha pela presidência – já começou a ser esboçada, e João Emanuel planeja ter uma proposta para ser votada ainda no primeiro semestre deste ano.

Quanto ao colegiado de líderes para debater os projetos antes de entrarem em votação, deve ser instituído logo após o início dos trabalhos da legislatura, ainda em fevereiro.

Além disso, o presidente já começou a buscar parcerias. “Entrei em contato com a Defensoria Pública e pedi que eles cedam um defensor para atender a população na Câmara”, disse.