PENA DE MORTE MONSTROS:Pais suspeitos de torturar e abusar de filho de 2 anos perdem a guarda


Criança está internada em estado gravíssimo e respira por aparelhos. Delegado disse que pais foram autuados por tortura e estupro de vulnerável.
A Comarca de Tangará da Serra, município localizado a 242 quilômetros de Cuiabá, determinou a suspensão de guarda do casal suspeito de torturar e abusar sexualmente do próprio filho de 2 anos de idade. A criança está internada em estado gravíssimo no Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá com traumatismo craniano e respira com ajuda de aparelhos.

Os pais foram presos em flagrante no dia 31 de dezembro pela prática dos delitos de tortura qualificada e estupro de vulnerável contra o garoto. A Justiça determinou também que o menino deverá ser encaminhado à Casa Transitória da Criança, na cidade, após o recebimento de alta médica, até a sua colocação em família substituta.
A secretaria municipal de Saúde deverá disponibilizar ainda acompanhamento médico à criança e o Conselho Tutelar terá que prestar informações mensais ao Judiciário sobre o desenvolvimento do caso. Também consta da liminar, que a equipe técnica interdisciplinar da infância e juventude de Tangará da Serra terá o prazo de 48 horas para realizar o estudo psicossocial do caso. As determinações foram requeridas pelo Ministério Público Estadual.
Na ação, o MPE ressalta que o menor foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital e Maternidade Clínica da Criança com traumatismo craniano, lesão no olho direito, hematomas nos dois braços e lesões graves ocasionadas por suposto abuso sexual. Destacou ainda que, segundo relatos de algumas testemunhas, a criança costuma chorar muito quando estava na companhia dos pais.
O caso
A criança deu entrada no hospital no dia 30 de dezembro depois de ter uma convulsão e ficar desacordada. Ela foi internada na UTI e posteriormente transferida para o pronto-socorro da capital, de acordo com o Conselho. Os médicos de Tangará da Serra relataram que no momento do incidente os pais da criança chamaram a polícia, que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para socorrer o filho. Em seguida, depois de ser constatado maus tratos, eles foram detidos e ninguém da família acompanhou a criança durante atendimento no hospital.
"Frieza"
O delegado Daniel Rosan Vembramel, da Polícia Civil de Tangará da Serra, responsável pelo caso, disse que os suspeitos demonstraram muita frieza durante depoimento. "Eles são tão frios que levaram o filho para o hospital e depois foram trabalhar. A mãe tentou chorar aqui na delegacia, mas não caiu uma lágrima", declarou.
O inquérito, de acordo com o delegado, está praticamente concluído. Falta apenas o laudo que comprove a conjunção carnal e a lesão corporal. No entanto, Daniel Vembramel disse ao G1 que os médicos que atenderam a criança atestaram que houve abuso sexual, pois a vítima apresentava ferimentos nas partes íntimas. A suspeita é de que os abusos ocorriam há pelo menos um ano.
Autor: G1 MT