Mauro descarta atender entidades e mantém reajuste da tarifa do ônibus em Cuiabá


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O prefeito de Cuiabá Mauro Mendes (PSB) descartou ontem a possibilidade de revogar o decreto que elevou a tarifa do transporte coletivo de R$ 2,70 para R$ 2,95. O socialista afirma que o reajuste está previsto em lei, por isso não pode fazer nada a respeito. “Essa questão referente a reajuste está prevista no contrato de concessão dos transportes públicos, não tem o que fazer. Eu não vou fazer um novo contrato”, explica.
Segundo ele, o contrato firmado entre o Palácio Alencastro e as concessionárias de transporte prevê um reajuste anual no valor da passagem, levando em consideração vários itens como, por exemplo, inflação, preço do combustível e manutenção dos automóveis. Desta forma, Mendes afirma que não tem como barrar o aumento. No entanto, garante que vai cobrar um serviço de maior qualidade para a população. “O que nós podemos fazer é fiscalizar os serviços no sentido de que eles sejam oferecidos à população de maneira adequada. Vamos pressionar no sentido de que os serviços sejam de melhor qualidade e melhorados em todos os sentidos”.
As declarações do novo chefe do Executivo Municipal são em resposta à nota divulgada nesta sexta-feira (04), na qual entidades sindicais, estudantis e movimentos sociais repudiaram o aumento e “exigiram” do prefeito a revogação da medida. Para eles, “trata-se de um duro golpe na democracia, pois foi decidido na calada da noite, sem divulgação e consulta à população, lembrando os piores momentos da ditadura militar”.

O reajuste da tarifa de transporte foi uma das últimas medidas sancionadas por Chico Galindo (PTB) à frente da prefeitura. O anúncio foi feito logo após o feriado de Natal pela Agência Reguladora dos Serviços Públicos e Delegados de Mato Grosso (Ager) e pegou os trabalhadores de surpresa. Além da Capital, a tarifa do transporte intermunicipal também sofreu aumento, uma vez que o então prefeito de Várzea Grande, vereador reeleito Maninho de Barros (PSD), também sancionou o reajuste.
Desta forma, o vale transporte, que antes era de R$ 2,70 na Capital e R$ 2,60 nos coletivos intermunicipais, agora terá o valor unificado de R$ 2,95, o que equivale a reajustes de 9,25% e 13,43%, respectivamente. O último aumento aconteceu em dezembro do ano passado. Na ocasião, a tarifa de Cuiabá passou de R$ 2,50 para os atuais R$ 2,70.
Outra tarifa que sofreu aumento por determinação da Ager é a cobrada pela Viação Nagib Saad, que faz o transporte intermunicipal entre Cuiabá e Santo Antônio do Leverger (27 km ao Sul da Capital). O valor da passagem, que antes era de R$ 2,70, passou a ser de R$ 3,10.
Os vereadores da última legislatura chegaram a pedir em plenário que Galindo deixasse a decisão de homologar ou não o aumento para Mendes. Na visão deles, esta seria a primeira prova de fogo do socialista frente ao Palácio Alencastro. O apelo, no entanto, não foi atendido.
Além do aumento da tarifa, antes de deixar a cadeira de prefeito da Capital, Galindo também encaminhou para o Legislativo Municipal a mensagem que previa o aumento de 25% do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
O projeto foi aprovado em regime de urgência especial e passa a valer a partir deste mês. No entanto, apesar de ter sido o autor do projeto, a mensagem foi encaminhada a pedido do próprio Mendes.