Gestão de ex-presidente foi marcada por polêmicas e escândalos
Thiago Bergamasco/MidiaNews
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O vereador Júlio Pinheiro, que acredita que fez uma boa gestão frente à Câmara
LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
O ex-presidente da Câmara de Cuiabá, vereador Júlio Pinheiro (PTB), afirmou que seu sucessor no comando do Legislativo, João Emanuel (PSD), precisa fazer uma gestão "melhor que a dele".DA REDAÇÃO
“O João Emanuel tem obrigação de, pelo menos, empatar comigo. Se ele não empatar, que seja melhor que eu. Pior não pode ser”, afirmou o ex-presidente, durante visita do prefeito Mauro Mendes (PSB) às obras da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Morada do Ouro, na última segunda (7).
O petebista comandou a Câmara entre 2011 e 2012, durante uma legislatura marcada por escândalos e desgaste perante a sociedade. Projetos polêmicos, como aumento do IPTU e concessão da Sanecap, aprovados a toque de caixa; aumentos estratosféricos de salários e verba indenizatória, além de duas CPIs, que terminaram em "pizza", marcaram a gestão de Pinheiro.
Mesmo assim, ele avalia que fez uma boa gestão - e, entre seus supostos “méritos”, estariam o enxugamento de gastos e a devolução de R$ 5 milhões do orçamento da Câmara ao Executivo, em 2012.
"O João Emanuel tem obrigação de, pelo menos, empatar comigo. Se ele não empatar, que seja melhor que eu. Pior não pode ser"
O atual presidente João Emanuel se elegeu com um discurso de renovação e superação do desgaste que a Câmara vive. Ele prometeu ampliar a transparência na tramitação e aprovação de projetos e reformar o regimento interno, desconcentrando o poder das mãos do presidente.
"Tudo certinho"
No cargo desde o dia 1º de janeiro, o social-democrata já tomou medidas como fazer um levantamento da situação de todo o patrimônio da Câmara e suspender todos os pagamentos e a obra de reforma do prédio, para averiguar a existência de possíveis irregularidades.
Ele também já iniciou uma análise sobre a tramitação do projeto que culminou com novo aumento de IPTU, em 25%, aprovado a pedido do ex-prefeito Chico Galindo (PTB), em regime de urgência, no dia 21 de dezembro.
Pinheiro criticou a decisão do sucessor de paralisar a obra, e alegou que deixou “tudo certinho” para ser pago.
“Faltam apenas dois gabinetes para serem entregues, o que corresponde de 15 a 20% da obra. Eu deixei mais de R$ 60 mil empenhados para pagar a primeira medição, e esse recurso está em caixa, tudo certinho. Mas deixa ele fazer o papel dele de fiscalizador”, ironizou.