Com a desaceleração da economia e a redução da demanda, aumentou o risco de superoferta de hotéis no período pós-Copa do Mundo. Cuiabá aparece como uma das sete cidades onde o fenômeno deverá se registrar. De acordo com os dados do Placar da Hotelaria 2015, estudo realizado pelo Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), em parceria com a consultoria HotelInvest e apoio do Senac São Paulo, os hotéis que estão sendo erguidos na cidade – e os que já existem - poderão sofrer com a falta de hóspedes após os jogos.
Além de Cuiabá, a situação atinge também Belo Horizonte, Brasília,, Manaus, Porto Alegre, Recife e Salvador. No Rio de Janeiro, a situação começa a preocupar nos hotéis de categoria midscale, mas ainda continua confortável no segmento econômico.
O levantamento está em sua quinta edição. De acordo com o estudo, até 2015, estão previstos 26.626 novos quartos de hotel nas 12 cidades que sediarão os jogos, 26% a mais do que o atual (pouco mais de 100 mil unidades). São 5 mil quartos a mais em relação aos dados divulgados na última edição, de maio de 2012. Houve aumento significativo na nova oferta de hotéis em Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife e Rio de Janeiro.
O Rio, inclusive, deve concentrar o maior número de turistas e o maior impacto na rede hoteleira entre as 12 cidades que sediarão os jogos. Assim como aconteceu em Johanesburgo, na África do Sul, em 2010, a capital fluminense, que será sede do Centro Internacional de Transmissão (IBC) do torneio, deve receber boa parte dos turistas internacionais, imprensa estrangeira e organizadores do evento. Cidades que não irão receber jogos de seleções com tradição no futebol tendem a ter menor procura em hotelaria.
Para Roberto Rotter, presidente do FOHB, “a cada nova edição, o Placar da Hotelaria fica mais enriquecido de conteúdo”. O executivo refere-se à inclusão nesta última edição de informações comparativas de como se comportaram a ocupação e o preço da diária nas cidades que sediaram a competição na Alemanha e na África do Sul. “Apesar de o Brasil ter peculiaridades muito distintas em relação aos outros países que receberam a Copa do Mundo da Fifa, a experiência deles pode nos inspirar e nos deixar mais preparados, para não termos grandes surpresas”, completa Rotter.
A pesquisa sobre o desempenho hoteleiro nas cidades-sede das duas últimas Copas foi feita com o apoio da STR Global, empresa internacional especializada em coleta de informações do mercado hoteleiro. Os dados, analisados pelo FOHB e pela HotelInvest, mostram, por exemplo, picos de demanda na véspera ou nos próprios dias de jogos, seguidos de quedas pronunciadas nas taxas de ocupação nos demais dias.
O levantamento mostra que as diárias também tendem a aumentar nos dias de jogos. Em Berlim, na Copa de 2006, a ocupação chegou a 90% na final entre Itália e França e o preço da diária média também subiu, chegando a US$ 300.