Criança é transferida para UTI de hospital particular em MT após tortura


Vítima de dois anos foi agredida e abusada sexualmente, segundo a polícia.
Pais de menino de dois anos foram presos como suspeitos do crime.
Fonte: Pollyana Araújo/G1 MT
O menino de dois anos que sofreu tortura e abuso sexual supostamente pelos pais foi transferido nesta segunda-feira (7) para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular de Cuiabá. O pedido de remoção foi feito pelo Conselho Tutelar, por meio da Defensoria Pública Estadual, e aceito pelo juiz Alexandre Elias, plantonista da Vara Especializada da Família e Sucessões da capital, neste domingo (6).

O conselheiro tutelar Devair Rodrigues, que acompanha o caso, disse que a transferência foi solicitada porque a criança estava internada em uma Unidade de Terapia Semi-Intensiva. "A médica plantonista fez um relatório informando sobre a necessidade de uma vaga de UTI para o paciente, já que lá (no Pronto-Socorro) não tinha tudo que ele precisava) e depois procuramos a Defensoria Pública para ingressar com uma ação judicial", explicou.

A criança está internada desde que sofreu um traumatismo craniano após supostamente ter sido agredido pelos pais, que foram presos em flagrante e autuados por tortura qualificada e estupro de vulnerável. O crime ocorreu em Tangará da Serra, a 242 quilômetros de Cuiabá, no último dia 31.

De acordo com o delegado Daniel Rosan Vembramel, da Polícia Civil de Tangará da Serra, os abusos contra o garoto vinham ocorrendo há pelo menos um ano. No entanto, em depoimento, o casal alegou ter agredido a criança, tão menos a violentado sexualmente. Disseram que o filho machucou a cabeça após ter uma crise convulsiva e cair no chão.

Para o delegado, há indícios suficientes de que os pais são autores do crime. Testemunhas contaram que constantemente ouviam choro da criança. A babá do menino relatou que o menino sempre aparecia com hematomas e, ao ser questionado sobre quem teria o agredido, dizia que era a mãe.

Os abusos, segundo Vembramel, ocorriam possivelmente quando o pai da criança, de 21 anos, autuado por estupro de vulnerável, ficava sozinho em casa com o filho no período da tarde. "Nesse momento, deveriam ocorrer os abusos", afirmou, ao pontuar que a mãe era omissa em relação aos atos de violência sexual contra o filho. "Além de torturá-la, os pais deixavam a criança passar fome. Ela estava desnutrida", frisou.

No relatório médico, emitido por um hospital da Tangará da Serra, onde a criança recebeu os primeiros-socorros, consta que a criança teve os dentes quebrados e estava com hematomas pelo corpo, inclusive no rosto.