Várzea Grande: Padrasto também teria estuprado a própria filha, a sobrinha e o filho, dizem testemunhas

Em depoimentos emocionados, que arrancaram lágrimas até mesmo da promotora da vara de violência doméstica de Várzea Grande, Sasenazy Soares Rocha Daufenbach, seis testemunhas da acusação foram ouvidas na manhã desta terça-feira (22.02). O julgamento do padrasto Marcondes Dias de Moura, acusado de estuprar e queimar a genitália da enteada de apenas um ano e onze meses e da mãe, Azenil de Oliveira, acusada de ser conivente, deve durar até a noite – se não a madrugada. 
Primeira a falar, a psicóloga judicial, Daniela de Arruda Miranda, disse que além da enteada, suspeita-se que Marcondes tenha estuprado a própria filha, com oito anos na época, a sobrinha de nove e até mesmo o filho, também menor de idade - segundo depoimentos das crianças.
 
A filha de Marcondes com Azenil teria inclusive, acusado a mãe de não cuidar da menor e nem levá-la ao hospital. “Ela tava com o pé preto e a mãe não levo ao médico, chegou criar bichinho, ela também tava com o cheirinho machucado”.
 
A menina contou ainda, que sofreu abuso do próprio pai por duas vezes, uma vez no rio e outra na piscina – depôs a psicóloga. “Ele me afundou na piscina e pediu para negociar a coisa dele. Daí ele colocou o negócio dele dentro de mim e eu pedi para ele parar porque tava doendo e ele disse, parar por que. Eu odeio meu pai, meu pai para mim é meu avô”, diz trecho dos autos.
 
A sobrinha de Marcondes tem uma história parecida. De acordo com Daniela, ela teria contado que o acusado mexeu com ela duas vezes – também no rio e na piscina. Já o filho, segundo o testemunho da conselheira tutelar, Dulcineia Socorro de Lima, teria chegado chorando na casa dos avós maternos pedindo se poderia dormir com eles. "Vô posso dormir aqui? O Marcondes é muito ruim e mexeu no meu bumbum". No entanto, o abuso não foi comprovado pela perícia. 
 
Em relação as queimaduras da menor de um ano e 11 meses, Tanto Marcondes como Azenil alegam que a criança queimou o pé na moto e a mãe diz que na genitália foi micose de areia por a criança sempre brincar sem calcinha. No entanto, as testemunhas acreditam que ela tenha empurrado a panela que queimou sua genitália com o pé e por isso tenha machucado apenas o calcanhar – que teve queimadura de terceiro grau. Suspeita-se ainda que a menina tenha sido queimada com sacola plástica. O estupro foi comprovado no laudo. 
 
Ainda de acordo com as testemunas de acusação, segundo os médicos que atenderam a criança, ela estava no mínimo a sete dias sem se alimentar - pois nos exames não foi encontrado nenhum vestígio de comida nem no estômago, nem no intestino. 
 
Pela manhã foram ouvidos, além da psicóloga e da conselheira, o avô paterno da menina, Luiz Lima de Oliveira, a avó paterna Eva Benedita Marcondes de Oliveira, a delegada responsável pelo caso Márcia de Oliveria e a tia da criança por parte de pai, Solange de Oliveira. 

por Gabriela Galvão/VG Notícias

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