Abuso de menina de 12 anos serve de alerta

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Abuso de menina de 12 anos serve de alerta

Notícia publicada na edição de 24/02/2011 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 009 do caderno A - o conteúdo da edição impressa na internet é atualizado diariamente após as 12h.
O acusado de abusar sexualmente de uma menina de 12 anos em Porto Feliz, noticiado ontem pelo jornal "Cruzeiro do Sul", é de Itu. Ambos mantinham contato pela internet, através de uma sala de bate-papo, mas o que a pré-adolescente não imaginava é que os dados de seu "novo amigo" eram falsos. Para a garota, ele se chamava Cristiano Mansur, era alto, loiro de olhos azuis, trabalhava como modelo e tinha chegado recentemente dos Estados Unidos. Mas na realidade, seu nome é Cristiano Luiz Silva Machado, tem 34 anos, e é negro. Ele conseguiu chegar pessoalmente até a vítima com a promessa de que lhe doaria um cachorro. Antes, certificou-se de que a menina estaria sozinha em casa. Além do abuso sexual, Cristiano levou o celular e o notebook da garota.

De acordo com o delegado André Bonan, de Porto Feliz, uma semana após o ocorrido, Cristiano foi flagrado passando em frente à residência da vítima, e visto pelo pai dela, que conseguiu denunciá-lo. "Ele foi preso e reconhecido pessoalmente como o autor do estupro. Conseguimos também localizar o notebook. Os pais estão chocados", afirmou o delegado.

Cristiano já tinha vendido o equipamento ao patrão, também detido pelos policiais pelo crime de receptação. O computador do acusado foi apreendido e será submetido à perícia. Essa é a primeira vez que acontece em Porto Feliz um caso de crime originado pela internet. Com a prisão preventiva decretada, Cristiano foi levado na terça-feira para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Sorocaba.


Orientações


Em Sorocaba, a ONG Projeto Vencer tem atuado há cinco anos na orientação de pais, professores, crianças e adolescentes com o objetivo de prevenir o abuso sexual e a pedofilia. Esse trabalho é feito através de palestras e campanhas elaboradas por profissionais da educação, direito e psicologia.

Eugênio Rocha, presidente da ONG, afirma que a educação digital para o uso seguro da internet é o melhor caminho e quem tem impreterivelmente a obrigação de educar são os pais. "Não podemos julgar os dados estatísticos atuais como negligência dos pais, mas isso é resultado da falta de informação, de educação digital na sociedade e nas escolas".

Os pais devem, por exemplo, monitorar o acesso à internet. Uma das formas é não permitir que o computador fique no quarto, possibilitando com que o filho esteja sozinho teclando.

Já a dica para adolescentes é que não divulguem senhas, nome completo, endereços, números de telefone ou fotos, nem exponham sua vida pessoal nos sites de relacionamentos como orkut e facebook. Não respondam mensagens de desconhecidos e gravem quando houver ameaça ou imagens violentas. Bloqueiem o contato dos agressores, busquem apoio e denunciem.

Criminosos agem pela internet por acreditarem que estão no anonimato, o que é um grande engano. Conforme Eugênio Rocha, em casos constatados de abuso virtual, é possível recorrer à ajuda de profissionais qualificados. "Nossa cidade possui um dos peritos mais especializados em crimes de internet do país, além disso, a OAB Sorocaba tem uma comissão envolvida com direito digital", diz.

Para garantir segurança para a rede virtual, uma lei que já existe em alguns municípios pode ter caráter nacional. Está em trâmite o projeto do deputado Wellington Fagundes (PR) que obriga o registro de usuários de lan houses e outros estabelecimentos com acesso à internet. Esse cadastro deverá ser mantido por dois anos e conter, entre outras informações, nome e endereço do usuário. "Está no congresso, prestes a ser votado", informa Eugênio.

Para mais orientações a respeito, basta acessar os sites www.projetovencer.org ou www.safernet.org.br (que atua em âmbito nacional).

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