Sociedade diz que política de segurança de MS para fronteira é burra
Audiência pública discutiu a escalada de violência na fronteira e as medidas de segurança adotadas
Foto: Edilson José Alves |
Audiência reuniu pessoas da comunidade para debater a onda de violência na fronteira |
A sociedade civil organizada participou de audiência pública ontem pela
manhã na Câmara Municipal de Ponta Porã, oportunidade que foi discutida
a escalada da violência na região de fronteira com o Paraguai. Apesar
do comparecimento de autoridades brasileiras e paraguaias o que marcou o
evento foi a ausência do secretário de Estado de Justiça e Segurança
Pública, Wantuir Francisco Brasil Jacini. O seu representante ouviu
palavras duras transmitidas pelos vereadores e lideranças comunitárias.
As palavras mais duras partiram do autor do requerimento que provocou a audiência, o vereador Ludimar Novaes (PPS). Ao dirigir-se ao delegado Marcelo Vargas Lopes, chefe do Departamento de Polícia de Interior, o socialista disse: “gostaria que o senhor dissesse ao secretário Wantuir que a sociedade entende que a política de segurança pública do Estado de Mato Grosso do sul para a fronteira é burra. O crime em Ponta Porã está compensando; nós estamos realmente abandonados”.
O parlamentar disse que o senador Magno Malta durante visita a Ponta Porã falou que o efetivo da Polícia Federal na fronteira é uma piada. “Isso porque ele não foi informado dos contingentes das policiais Civil e Militar. Se soubesse diria com toda certeza que se trata de uma piada de mal gosto”.
Outras críticas contundentes também partiram de aliados do governador na fronteira, como a vereadora Dulce Manosso e Osmar de Matos, ambos do PSDB, e Daniel Valdez Puka (DEM). Eles disseram que o governo precisa tratar Ponta Porã de forma diferenciada e não como uma cidade de apenas 75 mil habitantes. Dulce disse que Fátima do Sul tem um efetivo de policiais igual ao da fronteira, mesmo tendo uma população de 30 mil habitantes. Puka, por sua vez, disse que o município tem que se tratado como se tivesse uma população de 200 mil pessoas, em virtude da fronteira seca.
O líder comunitário Adriano José de Oliveira utilizou a tribuna para relatar o drama que viveu durante um assalto no momento que chegava em sua residência. “Lei um tiro de raspão na cabeça e fiquei sem a minha motocicleta. Têm muitos comércios na fronteira que são apenas fachadas. A polícia precisa investigar; precisamos de uma polícia inteligente e que faça arrastões, agora quando se tem apenas dois agentes para investigar, fica muito difícil resolver essa situação”.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Simted), Denize Oliveira, também pediu mais investigações sobre os crimes que ocorrem na fronteira. “Mas a preocupação não deve restringir-se apenas ao tráfico e suas conseqüências. Na minha ignorância sobre o tema segurança pública, entendo que o combate demanda muito mais inteligência do que força bruta. A gente vê pessoas que moram em alguns bairros com progresso muito grande em seus capitais. Mas temos que ressaltar que essa fronteira também não é só de traficantes, mas nós em termos de segurança pública estamos no mais completo abandono”.
Carlos Bordão, que é funcionário do DETRAN, relatou o drama vivido pela sua família que tem um usuário de crack. “A família não mede esforços, mas a gente não vê a mesma coisa por parte do poder público. No início quando descobrimos que meu irmão usava crack foi um impacto muito grande; mas hoje nos sentimos impotentes diante dessa droga”.
Autoridades
O delegado Marcelo Vargas Lopes utilizou a tribuna para justificar a ausência do secretário Wantuir Jacini. Ele disse que o secretário havia sido designado para representar o Estado em uma reunião em Brasília. Mas disse que faria a intermediação e que todas as reclamações que ouviu seriam entregues ao secretário. Também prometeu agendar uma reunião em Campo Grande.
Lopes disse que o atual governo melhorou a segurança em vários municípios. Disse que o número de delegados na fronteira subiu de 6 em 2009 para 13 neste ano, mas disse que a realidade da segurança hoje é muito ruim em todo o país. Disse que a polícia hoje atua apenas de forma reativa e não consegue fazer prevenção. “Mas temos que dizer que segurança pública é dever do Estado, mas uma responsabilidade de todos os cidadãos”. O delegado disse que a audiência pública vai gerar resultados positivos. O coronel Luís Catarino da Silva, comandante do Policiamento Militar do Interior, também esteve presente na audiência.
O prefeito Flávio Kayatt (PSDB), por sua vez, destacou que a fronteira vive uma situação que causa preocupação. “Quando assumimos a Prefeitura trocamos mais de 5,5 mil lâmpadas, iluminando os acessos aos bairros, melhorando a sensação de segurança. Também sempre colaboramos com a parte logística, mas a segurança é uma prerrogativa do Estado”.
O chefe da Polícia Nacional do Paraguai, Carlos Quevedo, defendeu parcerias com os organismos policiais do Brasil para combater de forma mais eficaz o crime. “Temos que ter segurança para propiciar o progresso e a prosperidade das duas cidades. O governador do Departamento de Amambay, Ancho Ramirez, está muito preocupado com a escalada da violência na nossa região. Nos próximos dias vamos fazer uma audiência pública nesse mesmo molde em Pedro Juan Caballero”.
As palavras mais duras partiram do autor do requerimento que provocou a audiência, o vereador Ludimar Novaes (PPS). Ao dirigir-se ao delegado Marcelo Vargas Lopes, chefe do Departamento de Polícia de Interior, o socialista disse: “gostaria que o senhor dissesse ao secretário Wantuir que a sociedade entende que a política de segurança pública do Estado de Mato Grosso do sul para a fronteira é burra. O crime em Ponta Porã está compensando; nós estamos realmente abandonados”.
O parlamentar disse que o senador Magno Malta durante visita a Ponta Porã falou que o efetivo da Polícia Federal na fronteira é uma piada. “Isso porque ele não foi informado dos contingentes das policiais Civil e Militar. Se soubesse diria com toda certeza que se trata de uma piada de mal gosto”.
Outras críticas contundentes também partiram de aliados do governador na fronteira, como a vereadora Dulce Manosso e Osmar de Matos, ambos do PSDB, e Daniel Valdez Puka (DEM). Eles disseram que o governo precisa tratar Ponta Porã de forma diferenciada e não como uma cidade de apenas 75 mil habitantes. Dulce disse que Fátima do Sul tem um efetivo de policiais igual ao da fronteira, mesmo tendo uma população de 30 mil habitantes. Puka, por sua vez, disse que o município tem que se tratado como se tivesse uma população de 200 mil pessoas, em virtude da fronteira seca.
O líder comunitário Adriano José de Oliveira utilizou a tribuna para relatar o drama que viveu durante um assalto no momento que chegava em sua residência. “Lei um tiro de raspão na cabeça e fiquei sem a minha motocicleta. Têm muitos comércios na fronteira que são apenas fachadas. A polícia precisa investigar; precisamos de uma polícia inteligente e que faça arrastões, agora quando se tem apenas dois agentes para investigar, fica muito difícil resolver essa situação”.
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Simted), Denize Oliveira, também pediu mais investigações sobre os crimes que ocorrem na fronteira. “Mas a preocupação não deve restringir-se apenas ao tráfico e suas conseqüências. Na minha ignorância sobre o tema segurança pública, entendo que o combate demanda muito mais inteligência do que força bruta. A gente vê pessoas que moram em alguns bairros com progresso muito grande em seus capitais. Mas temos que ressaltar que essa fronteira também não é só de traficantes, mas nós em termos de segurança pública estamos no mais completo abandono”.
Carlos Bordão, que é funcionário do DETRAN, relatou o drama vivido pela sua família que tem um usuário de crack. “A família não mede esforços, mas a gente não vê a mesma coisa por parte do poder público. No início quando descobrimos que meu irmão usava crack foi um impacto muito grande; mas hoje nos sentimos impotentes diante dessa droga”.
Autoridades
O delegado Marcelo Vargas Lopes utilizou a tribuna para justificar a ausência do secretário Wantuir Jacini. Ele disse que o secretário havia sido designado para representar o Estado em uma reunião em Brasília. Mas disse que faria a intermediação e que todas as reclamações que ouviu seriam entregues ao secretário. Também prometeu agendar uma reunião em Campo Grande.
Lopes disse que o atual governo melhorou a segurança em vários municípios. Disse que o número de delegados na fronteira subiu de 6 em 2009 para 13 neste ano, mas disse que a realidade da segurança hoje é muito ruim em todo o país. Disse que a polícia hoje atua apenas de forma reativa e não consegue fazer prevenção. “Mas temos que dizer que segurança pública é dever do Estado, mas uma responsabilidade de todos os cidadãos”. O delegado disse que a audiência pública vai gerar resultados positivos. O coronel Luís Catarino da Silva, comandante do Policiamento Militar do Interior, também esteve presente na audiência.
O prefeito Flávio Kayatt (PSDB), por sua vez, destacou que a fronteira vive uma situação que causa preocupação. “Quando assumimos a Prefeitura trocamos mais de 5,5 mil lâmpadas, iluminando os acessos aos bairros, melhorando a sensação de segurança. Também sempre colaboramos com a parte logística, mas a segurança é uma prerrogativa do Estado”.
O chefe da Polícia Nacional do Paraguai, Carlos Quevedo, defendeu parcerias com os organismos policiais do Brasil para combater de forma mais eficaz o crime. “Temos que ter segurança para propiciar o progresso e a prosperidade das duas cidades. O governador do Departamento de Amambay, Ancho Ramirez, está muito preocupado com a escalada da violência na nossa região. Nos próximos dias vamos fazer uma audiência pública nesse mesmo molde em Pedro Juan Caballero”.
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