Religião: Reunião do papa com cardeais sobre pedofilia na Igreja é iniciativa de “grande coragem”

O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) disse hoje que a reunião do papa com todos os cardeais para abordar a resposta da Igreja Católica aos casos de pedofilia “é uma iniciativa de grande honestidade e coragem”.

“Trata-se de uma significativa iniciativa de quem encara os problemas de frente, sem os tentar esconder ou minorar”, afirmou à agência Lusa o padre Manuel Morujão, aplaudindo “este gesto de transparência exemplar” quando “este ponto podia ter sido omitido na agenda pública da reunião dos cardeais”.

Na sexta-feira, Bento XVI reúne todos os cardeais numa jornada de reflexão sobre a resposta da Igreja aos casos de abusos sexuais sobre menores cometidos por membros do clero.

Manuel Morujão, que considera este um “delicado e urgente capítulo” para a Igreja, acrescentou que o encontro mostra que a instituição, “começando pelos seus mais altos responsáveis, leva a sério este problema”.

Para o responsável, Bento XVI “vai ficar na história como um homem de extraordinária lucidez e coragem para combater este gravíssimo mal social”.

“É um exemplo a seguir por autoridades civis e todas as entidades que têm a tutela da família e de instituições que assistem crianças e jovens”, declarou o porta-voz da CEP, acreditando que a jornada, onde deverão estar os dois cardeais portugueses, José Policarpo e José Saraiva Martins, não vai tratar de “encontrar mais normas e diretivas”, mas antes de aplicar o que já foi decidido.

Segundo o sacerdote, os escândalos de pedofilia que se sucederam em vários países envolvendo membros do clero não vão ser “uma sombra negra” a acompanhar o pontificado de Bento XVI, revelando-se convicto de que “a história honrará” o papa “como o profeta da tolerância zero no campo da pedofilia e da promoção dos direitos humanos neste campo tão sensível”.

Já no sábado, o papa vai nomear 24 novos cardeais no decurso do consistório ordinário público para a sua criação, a que preside.

Entre os novos membros do Colégio Cardinalício - 20 dos quais com direito a voto na eleição de um novo papa, por terem menos de 80 anos - encontram-se o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Angelo Amato, sucessor de José Saraiva Martins.

Este é o terceiro consistório ordinário - entidade que dá assistência ao papa nas suas decisões e em que têm assento todos os cardeais - convocado por Bento XVI.

O primeiro realizou-se a 24 de março de 2006, tendo sido investidos 15 cardeais, e o segundo a 24 de novembro de 2007, com a indicação de 23 novos cardeais.

Na audiência geral, na Praça de São Pedro, em Roma, a 20 de outubro, onde anunciou os nomes dos novos cardeais, o papa referiu que na lista “reflete-se a universalidade da Igreja”, explicando que os novos cardeais “provêm das várias regiões do mundo e desempenham tarefas ao serviço da Santa Sé ou em contacto direto com o Povo de Deus como padres e pastores de igrejas particulares”.

O porta-voz da CEP reconheceu que neste momento a Igreja Católica portuguesa não tem perfilado mais nenhum bispo para este título, considerando, contudo, que esta é “uma questão secundária”.

“Ser cardeal é muito mais do que uma honra. Ser cardeal é assumir uma missão de serviço, o serviço de ajudar o papa que tem por missão também servir”, explicou Manuel Morujão.

*** Este texto foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico ***

http://www.correiodominho.com/noticias.php?id=38375

0 Comments:

Postar um comentário

Para o Portal Todos Contra a Pedofilia MT não sair do ar, ativista conclama a classe política de MT
Falta de Parceiros:Falsos militantes contra abuso sexual e pedofilia sumiram, diz Ativista
contato: movimentocontrapedofiliamt@gmail.com