Pedófilo condenado a nove anos de prisão

O Tribunal Judicial de Oleiros condenou segunda-feira, dia 15 de Novembro, a nove anos de prisão efectiva António Jorge, conhecido como Tónio das Barrocas, de 37 anos, que vinha acusado pelo Ministério Público de três crimes de violação agravado, um crime de abuso sexual de menor agravado e dois crimes de propagação de doença aliados a outros dois de ofensa à integridade física grave qualificada.

Contudo, o colectivo condenou-o pela prática de um crime de violação agravada, um de abuso sexual de menor agravado e um de ofensa à integridade física grave de forma tentada, tendo-o absolvido dos restantes.
O indivíduo foi detido pela Polícia Judiciária, através da Directoria do Centro, em 19 de Abril deste ano, por ser o presumível autor da prática destes crimes, de que foram vítimas duas menores, uma de 6 e uma de 11 anos, à altura dos factos.
Os crimes terão ocorrido durante o ano de 2009 e já no ano de 2010, no concelho de Oleiros.
O arguido, agora condenado, manteve “uma relação de proximidade física, e até moral” com as crianças, pois foi companheiro da mãe da menina de 11 anos, e era amigo da progenitora da de seis anos.
Neste processo, que teve uma sessão única de julgamento e à porta fechada, esta segunda-feira, também foi referido o facto de o indivíduo ser portador do Vírus da Imunodeficiência Humana (VIH), o que potenciou o risco a que foram expostas as menores. A juíza Maria João Lopes, que presidiu ao colectivo e leu o acórdão, referiu que “só por mera sorte a menor de 11 anos não foi contaminada, uma vez que o arguido manteve com ela cópula completa, sem usar preservativo”.

Na sessão de julgamento, a juíza lembrou que o arguido se mostrou “relativamente indiferente”, em relação aos factos descritos.

À saída do Tribunal as mães das duas menores não esconderam a sua revolta, defendendo que o Tribunal deveria ter tido “mão mais pesada” na atribuição da pena.

Adelaide Pires e Paula Antunes, partilham do sentimento de que “nove anos é muito pouco para o que ele fez”. E temem que “quando chegar cá fora vá fazer o mesmo”.

Adelaide Pires, mãe da criança agora com sete anos, lembra que foi “como uma irmã para ele. Depois que ficou viúvo, ajudava-o, pelo que não esperava isto”. E defende que “deveria ficar preso para sempre”.
Paula Antunes gostaria de um castigo maior, porque, como refere, a filha “ainda hoje é apontada na escola por isto tudo, e não há nada que repare isso. Tem acompanhamento psicológico, mas isso não basta para apagar o que passou”.

http://www.reconquista.pt/noticia.asp?idEdicao=258&id=24504&idSeccao=2875&Action=noticia

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