Especialistas: educação é a saída para combater pedofilia no MA


 

 
20 de outubro de 2010 • 08h06

José Agostinho Bispo Pereira, 54 anos, foi preso em Pinheiro (MA). Foto: Eveline Cunha/Especial para Terra José Agostinho Bispo Pereira, 54 anos, foi preso em Pinheiro (MA)
Foto: Eveline Cunha/Especial para Terra

Daniel Favero


A baixa escolaridade e a falta de instrução são considerados os maiores problemas no combate aos crimes relacionados à pedofilia no Maranhão. Casos de abuso sexual de crianças ganharam maior evidência a partir de junho, quando o lavrador José Agostinho Bispo Pereira, conhecido como Fritzl do Maranhão, foi preso por estuprar as duas filhas, com quem teve oito filhos-netos, dos quais abusou também de duas meninas. O Disque 100 (serviço de denúncia nacional do governo federal) recebe, em média, 6 denúncias de exploração infantil no Estado por dia. E, para os especialitas, o numero é sbestimado pois muitos não chegam ao conhecimento das autoridades.

"No Maranhão, existe uma lacuna muito grande entre a política de educação e o processo de prevenção(...) a criança não sabe identificar quando um adulto pratica o abuso. Nesse sentido, a educação preventiva das crianças sobre a sexualidade é algo importante", diz a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Maranhão, Elisângela Cardoso.

De acordo com a delegada de Pinheiro, Laura Barbosa, as campanhas de prevenção ajudam, mas ainda faltam iniciativas nas escolas. "Devem orientar os pais a não deixarem os filhos com vizinhos e a observarem sinais que podem indicar os abusos", disse.

Abuso acontece dentro de casa

Para ela, a pouca instrução das vítimas e familiares facilita a ação dos abusadores. "Os abusos sempre são cometidos por pessoas de dentro da família ou que conhecem a família. Em muitos desses casos existe a negligência por parte da mãe, que se recusa a acreditar, até mesmo depois da prisão (....) É um costume que o povo do interior tem de confiar demais, em alguns casos chega a ser ingenuidade", diz a delegada.
A promotora Simone Cristina Santana Valadares, que atua há dois meses na cidade de Pinheiro, conta que as vítimas não contam o que acontece. "Os maiores abusadores são os familiares, e dentro da família, é o pai. Como fica a cabeça de uma criança que é abusada pelo próprio pai?", diz.
Falta de estrutura dificulta combate ao crime
A delegada de Pinheiro diz que o Conselho Tutelar é muito atuante, mas carece de uma estrutura melhor. "As vezes eles não tem carro disponível e temos que disponibilizar viaturas da Polícia Civil para ajudar. Eles têm uma vontade imensa de ajudar, mas esbarram na falta de estrutura".
A proteção às vítimas é outro problema no enfrentamento aos abusos. "Os serviços são precários, a rede de apoio não se articula bem e a vítima muitas vezes tem que superar seus trauma e dores por si só, tendo sequelas que se arrastarão pelo resto da vida", diz a psicóloga Nelma Pereira Silva, do Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente Padre Marcos Passerini, referência no combate à exploração infantil no Maranhão.
Redação Terra

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