Lucas foi levado para a Paraíba, onde sofria maus-tratos e catava lixo
Publicado em 28.10.2010, às 11h36
Do JC Online Com informações de Vanessa Silva, direto do DHPP
Os delegados Gleide Ângelo e Joselito Kherle (e) falaram sobre o caso do menino Lucas Kauã nesta manhã no DHPP
Foto: Vanessa Silva/ JC Online
Atualizado às 14h44
Na coletiva de imprensa que ocorreu na manhã desta quinta-feira (28) no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a delegada Gleide Ângelo e o delegado Joselito Kherle falaram sobre o caso do menino Lucas Kauã, que desapareceu há quase dois meses da Estação de Metrô de Joana Bezerra e foi encontrado no final da tarde desta quarta-feira (27) em Cabedelo, município da Paraíba.
O taxista João José de Andrade, 60 anos, e o foragido de hospital psquiátrico Jaílson Alves da Silva, 27, estão detidos na sede do DHPP, suspeitos de raptarem o garoto. Os suspeitos chegaram ao DHPP por volta das 8h da manhã desta quinta.
Ambos eram figuras conhecidas na comunidade do Coque, área central do Recife. João trabalha no ponto de táxi da estação de metrô Joana Bezerra há 32 anos - mora, inclusive, perto da casa de Lucas, há pouco mais de um ano. Jaílson lavava carros na região há cerca de cinco anos. Ele fugiu de um hospital psquiátrico onde cumpria pena por haver estuprado duas crianças nas cidades de Arcoverde, no Agreste, e Cortês, Zona da Mata.
» Polícia prende suspeitos de sequestrar Lucas Kauã
» Lucas afirmou que apanhava, diz pai [ áudio ]
» Lucas Kauã é encontrado vivo em Goiana
Jaílson confessou o rapto do garoto, mas o taxista nega tudo. João José, inclusive, já havia sido chamado antes pela Polícia para depor como testemunha do caso porque aparece nas imagens da câmera de segurança da estação conversando com Lucas e os amigos perto do táxi. Nos depoimentos, porém, o taxista disse que sequer conhecia o garoto e que não lembrava de nada daquele dia.
Em seu depoimento, o lavador de carros assumiu a autoria de outros crimes, além dos dois estupros pelos quais já cumpria pena no Hospital Psiquiátrico de Custódia. Ele detalhou, ainda, pelo menos dois assassinatos de crianças praticados no interior do estado e contou à polícia que, em alguns de seus crimes, houve participação do taxista.
De acordo com Jaílson, ambos costumavam atrair crianças para o táxi - oferecendo brinquedos - e então abusavam sexualmente das vítimas. Na tarde desta quinta, João José vai ser interrogado e os pais do menino vão depor novamente no DHPP. A delegada Gleide Ângelo garantiu que as denúncias feitas pelo lavador de carros serão investigadas e adiantou que o taxista tem passagem na Polícia por porte ilegal de arma.
No táxi dele, no momento da prisão, a polícia encontrou R$ 5 mil em dinheiro, cuja origem ainda não foi explicada. Joselito Kherle contou que o foragido disse à polícia que o taxista costumava fazer programas com homens e rapazes de classe média alta do Recife e que era bem pago por isso.
Os delegados afirmaram que acreditam na confissão do suspeito porque, apesar de ter problemas mentais, a descrição que ele deu da casa do taxista, onde o menino ficou refém por cinco dias antes de ter sido levado para a Paraíba, foi perfeita. Reforçaram, porém, que tudo será devidamente checado para que possa ser ou não comprovado.
CRONOLOGIA DO CASO - No dia 4 de setembro, João abordou Lucas e mais três amigos em frente ao metrô. Ele ofereceu R$ 5 e uma bicicleta para que os meninos fossem com ele "dar uma volta de carro pela cidade". Somente Kauã aceitou, pois era o único dos meninos que não possuía uma bicicleta, e ficou preso na casa do taxista por cinco dias. De acordo com o depoimento de Jaílson, tudo foi articulado pelo taxista.
Quando o caso passou a ser divulgado pela imprensa, o taxista decidiu levar o menino para a cidade de Cabedelo, no estado vizinho da Paraíba. João deixou o refém e Jaílson com um celular e R$ 20 para alimentação, retornando em seguida para o Recife. Durante esses quase dois meses de sequestro, o taxista teria retornado duas vezes ao cativeiro para deixar mais dinheiro. Segundo Jaílson, em uma dessas vezes, ele teria comentado que "precisava dar um fim nessa história".
Em Cabedelo, Lucas era obrigado a catar lixo e mantido em um barraco no meio de matagal que, à noite, era um ponto de prostituição de travestis. Jaílson disse que era homossexual e que fazia programas com homens e acusou o taxista de também fazer programas, inclusive com pessoas de clásse média alta do Recife.
O garoto sofria maus-tratos e estava muito castigado devido à incidência de insetos no local onde estavam abrigados, mas a polícia não confirma se houve abuso sexual. A delegada Gleide Ângelo falou que o inquérito, por se tratar de um menor, sofre segredo de justiça, e, por isso, alguns detalhes não podem ser divulgados, como o motivo do rapto e se o garoto sofreu ou não violência sexual. O pai de Lucas, porém, disse que o menino já fez exame sexológico no Instituto de Criminalística e que o resultado foi negativo para abuso sexual. No entanto o pai relatou também que Lucas disse que os sequestradores tocaram no seu órgão sexual uma vez.
A história contada pelos garotos do Coque que estavam com Lucas no momento do rapto - de que um carro preto os abordou e que o homem teria tirado uma barba falsa ao entrar no carro - foi inventada pelo taxista, que ameaçou as crianças, dizendo que, se contassem a verdade, teriam "o mesmo fim de Lucas".
Na coletiva, os delegados ressaltaram que o retrato-falado ajudou bastante e que as investigações foram atrasadas porque muitas pessoas ligavam dando informações erradas e passando trotes.
Depois que a polícia concluir as investigações, o caso vai ser encaminhado à Vara da Criança e do Adolescente, enquanto os policiais vão prosseguir nas investigações dos outros casos de abuso sexual e assassinato relatados por Jaílson.
Na coletiva de imprensa que ocorreu na manhã desta quinta-feira (28) no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), a delegada Gleide Ângelo e o delegado Joselito Kherle falaram sobre o caso do menino Lucas Kauã, que desapareceu há quase dois meses da Estação de Metrô de Joana Bezerra e foi encontrado no final da tarde desta quarta-feira (27) em Cabedelo, município da Paraíba.
O taxista João José de Andrade, 60 anos, e o foragido de hospital psquiátrico Jaílson Alves da Silva, 27, estão detidos na sede do DHPP, suspeitos de raptarem o garoto. Os suspeitos chegaram ao DHPP por volta das 8h da manhã desta quinta.
Ambos eram figuras conhecidas na comunidade do Coque, área central do Recife. João trabalha no ponto de táxi da estação de metrô Joana Bezerra há 32 anos - mora, inclusive, perto da casa de Lucas, há pouco mais de um ano. Jaílson lavava carros na região há cerca de cinco anos. Ele fugiu de um hospital psquiátrico onde cumpria pena por haver estuprado duas crianças nas cidades de Arcoverde, no Agreste, e Cortês, Zona da Mata.
» Polícia prende suspeitos de sequestrar Lucas Kauã
» Lucas afirmou que apanhava, diz pai [ áudio ]
» Lucas Kauã é encontrado vivo em Goiana
Jaílson confessou o rapto do garoto, mas o taxista nega tudo. João José, inclusive, já havia sido chamado antes pela Polícia para depor como testemunha do caso porque aparece nas imagens da câmera de segurança da estação conversando com Lucas e os amigos perto do táxi. Nos depoimentos, porém, o taxista disse que sequer conhecia o garoto e que não lembrava de nada daquele dia.
Em seu depoimento, o lavador de carros assumiu a autoria de outros crimes, além dos dois estupros pelos quais já cumpria pena no Hospital Psiquiátrico de Custódia. Ele detalhou, ainda, pelo menos dois assassinatos de crianças praticados no interior do estado e contou à polícia que, em alguns de seus crimes, houve participação do taxista.
De acordo com Jaílson, ambos costumavam atrair crianças para o táxi - oferecendo brinquedos - e então abusavam sexualmente das vítimas. Na tarde desta quinta, João José vai ser interrogado e os pais do menino vão depor novamente no DHPP. A delegada Gleide Ângelo garantiu que as denúncias feitas pelo lavador de carros serão investigadas e adiantou que o taxista tem passagem na Polícia por porte ilegal de arma.
No táxi dele, no momento da prisão, a polícia encontrou R$ 5 mil em dinheiro, cuja origem ainda não foi explicada. Joselito Kherle contou que o foragido disse à polícia que o taxista costumava fazer programas com homens e rapazes de classe média alta do Recife e que era bem pago por isso.
Os delegados afirmaram que acreditam na confissão do suspeito porque, apesar de ter problemas mentais, a descrição que ele deu da casa do taxista, onde o menino ficou refém por cinco dias antes de ter sido levado para a Paraíba, foi perfeita. Reforçaram, porém, que tudo será devidamente checado para que possa ser ou não comprovado.
CRONOLOGIA DO CASO - No dia 4 de setembro, João abordou Lucas e mais três amigos em frente ao metrô. Ele ofereceu R$ 5 e uma bicicleta para que os meninos fossem com ele "dar uma volta de carro pela cidade". Somente Kauã aceitou, pois era o único dos meninos que não possuía uma bicicleta, e ficou preso na casa do taxista por cinco dias. De acordo com o depoimento de Jaílson, tudo foi articulado pelo taxista.
Quando o caso passou a ser divulgado pela imprensa, o taxista decidiu levar o menino para a cidade de Cabedelo, no estado vizinho da Paraíba. João deixou o refém e Jaílson com um celular e R$ 20 para alimentação, retornando em seguida para o Recife. Durante esses quase dois meses de sequestro, o taxista teria retornado duas vezes ao cativeiro para deixar mais dinheiro. Segundo Jaílson, em uma dessas vezes, ele teria comentado que "precisava dar um fim nessa história".
Em Cabedelo, Lucas era obrigado a catar lixo e mantido em um barraco no meio de matagal que, à noite, era um ponto de prostituição de travestis. Jaílson disse que era homossexual e que fazia programas com homens e acusou o taxista de também fazer programas, inclusive com pessoas de clásse média alta do Recife.
O garoto sofria maus-tratos e estava muito castigado devido à incidência de insetos no local onde estavam abrigados, mas a polícia não confirma se houve abuso sexual. A delegada Gleide Ângelo falou que o inquérito, por se tratar de um menor, sofre segredo de justiça, e, por isso, alguns detalhes não podem ser divulgados, como o motivo do rapto e se o garoto sofreu ou não violência sexual. O pai de Lucas, porém, disse que o menino já fez exame sexológico no Instituto de Criminalística e que o resultado foi negativo para abuso sexual. No entanto o pai relatou também que Lucas disse que os sequestradores tocaram no seu órgão sexual uma vez.
A história contada pelos garotos do Coque que estavam com Lucas no momento do rapto - de que um carro preto os abordou e que o homem teria tirado uma barba falsa ao entrar no carro - foi inventada pelo taxista, que ameaçou as crianças, dizendo que, se contassem a verdade, teriam "o mesmo fim de Lucas".
Na coletiva, os delegados ressaltaram que o retrato-falado ajudou bastante e que as investigações foram atrasadas porque muitas pessoas ligavam dando informações erradas e passando trotes.
Depois que a polícia concluir as investigações, o caso vai ser encaminhado à Vara da Criança e do Adolescente, enquanto os policiais vão prosseguir nas investigações dos outros casos de abuso sexual e assassinato relatados por Jaílson.
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