ONG defende discussão mais ampla sobre pedofilia em MT

Os casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes em Mato Grosso devem ser discutidos de forma mais ampla e mais politizada. É o que defende Toninho do Gloria, presidente da ONG MT Contra a Pedofilia e vereador do município de Várzea Grande.


Ontem ele esteve acompanhando do julgamento do Caso Kayto: Pedófilo onde o pedófilo foi condenado 35 anos de prisão

Para Toninho do Gloria, os casos de pedofilia em Mato Grosso não podem ser vistos apenas como violação dos direitos humanos, mas devem trazer à tona uma discussão sobre o que está por trás desse problema. Toninho do Gloria diz que é preciso se discutir por que um crime como esse que choca os moradores, vem ocorrendo intensamente em Mato Grosso.

"Esperamos que os casos de pedofilia sejam tratados conforme a lei, com todos os agravantes e atenuantes, e que seja politizado. Ou seja, que a cidade pergunte se os conselhos da criança estão funcionando, se os conselhos tutelares estão funcionando, que tipo de políticas públicas eles têm para as periferias, que tipo de amparo às famílias eles têm”, disse Toninho do Gloria.

"É uma virtude quando se revelam as mazelas para politizar a questão. Por que surge esse tipo de coisa numa cidade? O que não funciona? É a destituição das famílias, que são muito pobres e que se vêem obrigadas a isso, ou são as instâncias públicas que não funcionam?”, acrescenta.

Segundo ele, pais de crianças que foram vítimas dos abusos sexuais, a maior parte delas moradoras da periferia, reclamaram que encontraram dificuldade para fazer as denúncias aos órgãos competentes. E a situação só mudou quando ONGs, inclusive do Rio de Janeiro, decidiram entrar no caso,diante dessa situação o vereador Várzea-grandense Toninho do Gloria resolveu criar a ONG MT Contra a Pedofilia para combater a pedofilia no estado.

"As cidades gostam de exaltar as virtudes e esconder os próprios vícios. E, como em cidades pequenas todos são relacionados minimamente a todos, só entidades de fora, polícia de fora e instâncias maiores que podem resolver casos como esse, senão acaba em pizza", concluiu Toninho do Gloria.