Maníaco que estuprou e matou o garoto Kayto será julgado na quinta-feira

O maníaco Edson Alves Delfino enfrenta o júri popular nesta quinta-feira (25) pela morte do estudante Kaytto Guilherme Nascimento Pinto, 10. O julgamento acontece 19 dias antes de completar 1 ano da violência sexual e assassinato do estudante. A pena pode chegar a 40 anos pelo homicídio qualificado (de 12 a 30 anos) e pelo abuso sexual (6 a 10 anos). Com os 46 e 8 meses que ele já foi condenado, o maníaco pode acumular 86 anos e 8 meses de prisão.


O réu, hoje com 31 anos, é considerado um homem frio e que já interrompeu a vida de 2 crianças quando elas tinham a mesma idade. Dois crimes iguais, separados por 231 quilômetros e 10 anos e 4 meses.

Kaytto tinha 1 ano e 4 meses quando Anderson Costa da Silva, com 10 anos e 6 meses, deixou a família dele em Primavera do Leste (231 km ao sul de Cuiabá). Anderson foi violentado e assassinado pelo maníaco Edson Alves Delfino, que naquela época tinha uma trajetória ainda desconhecida. Anderson foi encontrado pela família agonizando em um matagal e morreu poucas horas depois no colo da mãe Maria Aparecida Silva Oliveira. Era 19 de novembro de 1999.

Quando a família, em Primavera do Leste foi destruída pelo pedófilo assassino, em Cuiabá a alegria aumentava na casa de Kaytto. O menino já dava os primeiros passos e começava a falar. Sempre sorridente, com o passar dos anos surgiu o grande sonho, ser promotor de Justiça.

Mas este sonho e esta família também foram destruídos no dia 13 de abril de 2009, exatamente 10 anos, 5 meses e 2 dias depois da primeira, e pelo mesmo criminoso. Apenas uma diferença. A história do maníaco já era conhecida e ele já tinha sido condenado a 46 anos e 8 meses de prisão, mas foi colocado em liberdade 4 meses antes deste novo crime.

A crueldade e frieza se repetiram, conforme afirmam as pessoas que acompanharam de perto o primeiro caso. Até as declarações foram as mesmas: em 1999 o criminoso afirmou que se voltasse às ruas, cometeria o mesmo crime. Foi o que fez. Ao ser preso novamente, disse a mesma coisa, em abril de 2009.

Agora, na quinta-feira, este homem será novamente julgado.

A única certeza para o pai de Kaytto, Jorgemar Luís Silva Pinto, é que o criminoso destruiu 3 famílias. A dele, a da mãe de Anderson e a de outro garoto que também foi violentado em Primavera do Leste antes dele ser descoberto. Neste caso, o menino fingiu que estava morto e conseguiu sobreviver. A família saiu de Primavera e ninguém teve mais notícias.

Tanto Jorgemar como Maria Aparecida enfrentam a dor da perda do filho. A reportagem esteve em Primavera do Leste no ano passado e conversou com Maria Aparecida e nesta sexta-feira com Jorgemar. A tristeza no olhar, a cabeça baixa e a dificuldade em falar são as mesmas. Hoje, Jorgemar espera por Justiça, a mesma que Maria Aparecida tanto lutou há 10 anos. "Enquanto eu estiver vivo, vou ficar de olho nele, para que não volte para rua. Com 3 famílias ele já acabou. Tudo o que fez foi com requinte de crueldade", afirma Jorgemar.

A lembrança do filho é diária. Muitos momentos marcaram o tempo que passaram juntos, entre eles uma semana antes do crime, quando o menino, ao ser chamado a atenção pelo pai, disse "mas pai, você sabe quanto é o meu amor por você".

Jorgemar guarda todas as reportagens sobre o desaparecimento do filho, da prisão de Edson e o acompanhamento do caso. Da mesma forma que Maria Aparecida fez até o dia que Edson foi julgado.

A dor é expressada, em ambos os casos, em pedaços de papel. Maria Aparecida fez um diário até o julgamento. Jorgemar escreve menos e mostra apenas uma carta enviada a um programa de televisão. Ele começa o texto assim: "Hoje, 27 de janeiro de 2010 às 21h, aqui estou eu sentando em minha cama pensando o que aconteceu comigo há 10 meses. Eu não sei como estou vivo. A vida perdeu o sentido. O que eu tinha de mais precioso na minha vida foi arrancado, dilacerado, a vida do meu querido inesquecível Kaytto Guilherme".

Mais adiante, o pai continua: "eu estou chorando e escrevendo essas lindas frases para que meu coração não fique mais angustiado do que já está".

ONG quer punição para comércios envolvidos em pedofilia

O vereador Toninho do Gloria Líder do (PV) presidente da ONG MT Contra a Pedofilia, anunciou números estarrecedores da violência sexual contra crianças e adolescentes: No Brasil, a cada oito minutos uma criança é abusada. Em 2008, foram registradas 32.588 denúncias. Em Cuiabá e Várzea Grande, dados da Delegacia de Defesa da Criança e do Adolescente (Dedica) mostram que em 2008 foram 734 ocorrências de crimes contra menores de 18 anos.

Já no primeiro semestre de 2009, este número subiu para 907, dos quais, em média, 40% das ocorrências dizem respeito a crimes de abusos e exploração sexual contra o menor.

E o mais grave, diz, é que apenas 5 a 10% dos casos são registrados. “Vamos combater a pedofilia denunciando, destacou O presidente da ONG MT Contra a Pedofilia Toninho do Gloria”. Como resultado, tem-se vislumbrado, a cada dia, mais denúncias de pedofilia nas cidades, como em Cuiabá, que registrou aumento de 88% nas ocorrências envolvendo violência sexual quando comparados os anos de 2008 e 2009. Enquanto no ano passado foram registrados 127 casos, no ano anterior foram 68.

Toninho do Gloria adiantou que nos próximos dias vai dar entrada em um projeto de lei que pune hoteleiros, taxistas e proprietários de postos de gasolina e motéis que facilitarem ou forem omissos com a pedofilia. “Vamos lançar também a segunda edição da jornada mato-grossense contra a pedofilia, com seminários, palestras e mobilizações.”

Na opinião de Toninho do Gloria, a pedofilia deve ser uma bandeira de toda sociedade e passa pela quebra de um tabu: a educação sexual nas escolas. “Só assim nossas crianças estarão preparadas para quando forem abordadas por pedófilos.”

A Assembléia Legislativa de MT aprovou por unanimidade moção de aplauso elogiando a luta de Toninho do Gloria contra a violência sexual. Dep.Wagner Ramos citou um fato em Catanduvas, interior paulista, onde juízes, empresários e delegados de policia faziam parte de uma rede de pedofilia.

Um comentário:

Para o Portal Todos Contra a Pedofilia MT não sair do ar, ativista conclama a classe política de MT
Falta de Parceiros:Falsos militantes contra abuso sexual e pedofilia sumiram, diz Ativista
contato: movimentocontrapedofiliamt@gmail.com