Quatro nomes se dispuseram a concorrer ao governo de Mato Grosso e gerir o estado a partir de 2023. O cenário apresentado é de polarização entre o atual chefe do Executivo, Mauro Mendes (União Brasil), que busca a reeleição, e o prefeito da Capital, Emanuel Pinheiro (MDB), representado na disputa por sua esposa, Márcia Pinheiro (PV). Assim, a rivalidade entre os gestores deixa a Capital e deve ressoar pelos próximos dois meses por todo o estado.
Os nomes foram homologados com a realização das convenções partidárias, na semana passada, mas as legendas têm até o dia 15 de agosto para registrar na Justiça Eleitoral as candidaturas, as quais já podem sofrer pedido de impugnação.
Na corrida deste ano, Mauro larga na frente. Aparece em pesquisas com quase o triplo do percentual da principal oponente. Tem a máquina na mão e o mérito de ter tirado o Estado do vermelho, de uma crise que atingia desde obras estruturantes a salários de servidores. Ainda assim, enfrenta forte resistência eleitoral em decorrência dos "remédios amargos" que tomou na gestão. Isso sem falar dos eleitores indecisos. O empresário repete a dobradinha com Otaviano Pivetta (Republicanos), seu vice.
Mauro ainda tem na chapa o senador Wellington Fagundes, que também busca a reeleição. Por presidir o Partido Liberal em Mato Grosso, Wellington tem proximidade com Jair Bolsonaro (PL), o que levou Mauro a reforçar o palanque presidencial, que também está em busca da reeleição. Apesar da aliança, há outra candidatura que se coloca como titular do "bolsonarismo raíz", embora a filiação de Bolsonaro ao PL tenha trazido o presidente de volta para o chamado Centrão, do qual sempre fez parte no Congresso antes de surgir como candidato da extrema direita em 2018.
Nascida em berço político, Márcia, por sua vez, sempre acompanhou a trajetória de Emanuel e mostra certa desenvoltura em entrevistas, fazendo críticas aos "pontos fracos" do atual governo, como as desigualdades regionais, distribuição de renda e o tratamento dispensado aos servidores públicos. Com potencial de crescimento, o principal adversário a ser enfrentado pela primeira-dama é ser primeira-dama, tendo que lidar com desgastes envolvendo o prefeito. Ainda assim, não deixará o título durante a campanha. Márcia surge como "candidata tampão", para encabeçar um grupo de opositores que tem como prioridade dar palanque ao ex-presidente Lula em Mato Grosso e eleger o candidato ao Senado, deputado federal Neri Geller (PP).
Reprodução
Ex-ministro da Agricultura do governo Dilma Rousseff (PT), Neri deixa a base de Bolsonaro, na qual o PP é de extrema importância, e agora empunha a estrela do PT, assumindo o compromisso de abrir as portas do agronegócio mato-grossense para as propostas de Lula. Nessa missão, ele conta com o apoio do senador Carlos Fávaro (PSD), que também deixou a base de Mauro para se aliar à Federação Brasil da Esperança (PV, PT e PCdoB). Na escolha dos seus suplentes, Neri imprimiu a identidade mais à esquerda: tem a professora Maria Lúcia, ex-reitora da UFMT, do PCdoB, e o ex-vice-prefeito de Juína, Luiz Brás (PT), na primeira e segunda suplências, respectivamente.
Bolsonarismo raíz
Em Mato Grosso, a chapa formada pelo PTB ainda surfa na onda de 2018, que elegeu os bolsonaristas do Congresso e o chefe do Planalto. Principal lema é o combate à corrupção e a defesa pátria, da família e da liberdade, tendo Deus acima de todas as coisas. O candidato ao governo é o pastor Marcos Ritela, de 45 anos. Nasceu no Paraná, mas veio ainda bebê para Mato Grosso. Cresceu em uma comunidade rural próxima a Cáceres. É pastor da Igreja Assembleia de Deus há mais de 20 anos e mora em Várzea Grande há mais de 10 anos.Casado há 25 anos com Cleonice, tem dois filhos, Francieli e Marcos Vinicius.
Assessoria
Como vice, o pastor tem o empresário do setor de transportes Alvani Manoel Laurindo, de 73 anos, nascido em Santa Catarina. Na década de 80 se mudou para Mato do Grosso do Sul, onde se formou em Direito e no início dos anos 90 veio para Cuiabá. Alvani tem cinco filhos e é avô de três netos.
Dentro dessa chapa, quem se destaca mais é o presidente licenciado da Aprosoja Brasil, Antônio Galvan. Na homologação da sua candidatura já usou a artilharia para atacar os adversários, tratando-os como "farinha do mesmo saco". Líder do movimento de direita ‘Brasil Verde e Amarelo’, Galvan afirma que é ó único candidato a senador com coragem de fazer os enfretamentos que o país precisa, como, por exemplo: "combater os abusos cometidos por alguns ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e propor, se eleito, mudanças nas regras para indicação dos ministros".
Os isolados
A federação formada por Psol e Rede definiu para a chapa majoritária de 2022 Moisés Franz como candidato ao governo e Franq Silva, a vice. Moisés é servidor público estadual em Cuiabá e nasceu em Poá, no estado de São Paulo. Em 2018, ele também foi candidato e obteve quase 15 mil votos nas urnas. Já na busca pela única vaga do Senado estão José Roberto de Freitas Cavalcante, o títular, e Vanderley da Guia, na primeira suplência. Como segundo suplente ficou definido o nome de Manoel Antonio de Melo.
Rodinei Crescêncio/Rdnews
Fonte: RDNEWS - Portal de notícias de MT
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