GUERRA ENTRE RICO E POBRE Vídeo; médica afirma que é julgada pela profissão e por ser rica

 

Reprodução/Instagram

A dermatologista Leticia Bortolini utilizou as suas redes sociais para comentar sobre a decisão que determinou que ela seja submetida a júri popular. Ela atropelou e matou o verdureiro Francisco Lúcio Maia, em abril de 2018. Em um vídeo de pouco menos de 10 minutos, a médica deu detalhes do dia do acidente, disse que não ingeriu bebida alcoólica e que só enfrentará júri por ser médica e rica.

 

A publicação foi feita na terça-feira (9), um dia depois de a Justiça de Mato Grosso ter aceitado pedido do Ministério Público Estadual (MPE) para que Letícia seja submetida a júri popular. Conforme a decisão, houve provas e indícios suficientes da autoria do crime.

 

A médica responderá por homicídio qualificado com emprego de meio de que possa resultar perigo comum, além de omissão de socorro, se afastar do local para fugir à responsabilidade e dirigir embriagada.

 

“Estou vindo a público pra falar do acidente que eu sofri, porque o que eu sofri, o que eu fui envolvida foi em um acidente de trânsito, o que pode acontecer com qualquer pessoa. Quem dirige, está sujeito a um acidente de trânsito”, disse a médica.

 

À época do crime, os investigadores apontaram que Letícia voltava de uma festa com o marido. Na gravação, ela admitiu o evento, mas negou que estivesse bêbada.

 

“Eu estava, sim, voltando de uma festa, isso eu nunca escondi. Eu sempre falei que eu não bebi. Eu estava na pista de rolamento, eu não estava na calçada. Eu não subi na calçada. Eu não atropelei uma pessoa que estava na faixa de pedestre. Eu não atropelei ninguém que tenha ultrapassado o sinal vermelho”, detalhou.

 

O acidente

 

Letícia também deu detalhes sobre o atropelamento. Ela explicou que ouviu o barulho da batida, mas negou que tenha percebido que se tratava de um ser humano. A dermatologista ainda disse que pensou que havia batido em um ferro.

 

“Qual é o meu problema? Ser médica. Eu ouvi o barulho, já tinha passado, eu vi o retrovisor caindo. Eu não vi uma pessoa. Como eu iria imaginar que era uma pessoa sendo que eu ouvi um barulho de um ferro? Eu não vi que era uma pessoa. Isso não me torna assassina. Eu nunca menti”, defendeu-se.

 

A médica ainda citou que Francisco estava alcoolizado no momento do acidente. Ela argumentou que foi a vítima que caiu sobre o seu carro. Ela nega que invadido a pista ou calçada.

 

“O senhor Francisco não estava na rua. Ele entrou na rua no momento que o meu carro passou. Era eu dirigindo e provavelmente ele não entrou porque quis. Ele caiu no meu carro, porque ele sim estava completamente embriagado e isso está nos autos. Não estou falando nenhuma mentira. Ele caiu na hora que eu passei. Isso foi um acidente”, completou.

 

“Tratada diferente”

 

Letícia afirmou que a sua condição financeira e a sua profissão foram preponderantes para que o caso fosse encaminhado a júri popular. Ela disse que a desigualdade financeira contribui para que haja uma “guerra entre rico e pobre”.

 

Ela ainda deu a entender que o caso só está indo para essa direção porque ela é rica.

 

“Ao contrário do que muita gente pensa, eu já tentei falar. O meu caso é diferente, porque eu sou médica, porque eu sou rica, porque eu tenho dinheiro. A gente é tratado diferente. Porque existe uma guerra de rico e pobre nesse país. Parece que quando um rico é colocado na cadeia, todo mundo vence, todo mundo fica feliz”.

 

Médica afirma que irá recorrer

 

Letícia ainda mandou um recado aos amigos e familiares e deu a entender que não concordou a com a decisão judicial. Ela voltou a afirma que é inocente e que vai recorrer decisão da Justiça.

 

“Eu gostaria de esclarecer, para quem gosta de mim, que isso não é uma condenação. É uma primeira etapa de um processo. Mas, é óbvio que eu vou recorrer. Vamos entrar com recurso. As coisas não andaram como elas deveriam andar juridicamente. Mas, depois dessa decisão, eu resolvi falar. A Justiça não está sendo feita. Eu sou inocente. Eu sou uma pessoa de caráter. Eu tenho o maior sentimento do mundo, mas eu não matei uma pessoa”, concluiu.

 

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