GRAMPOLÂNDIA Justiça não consegue desbloquear telefone celular de ex-Casa Civil

 

PAULO TAQUES SORRINDO

 

O aparelho celular do ex-secretário-chefe da Casa Civil, Paulo Taques, deverá passar por nova perícia para seu desbloqueio. Apontado como um dos líderes do esquema de interceptações telefônicas ilegais, Taques teve o celular apreendido, mas seu conteúdo ainda é desconhecido pela Justiça.

A informação consta na decisão do juiz da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, Jean Garcia de Freitas Bezerra, publicada no Diário de Justiça Eletrônico Nacional (DJEN) desta terça-feira, 2. “Dessa forma, em consonância com o parecer ministerial, determino seja certificado se houve resposta aos ofícios supracitados e, caso não tenha sido possível realizar a extração de dados do aparelho celular apreendido, uma vez deferido o compartilhamento de provas, autorizo a remessa do objeto constrito à autoridade policial solicitante para nova tentativa de perícia, diante da atualização dos sistemas utilizados pela POLITEC”, determinou.

Consta nos autos que a Justiça já havia determinado que fosse encaminhado pedido de ajuda à Polícia Federal no desbloqueio. Freitas determinou ainda que seja verificado se houve resposta em relação ao pedido.

Na mesma decisão, o magistrado acolheu o pedido da Polícia Civil, que requereu o compartilhamento de provas para instruir um inquérito policial e um processo administrativo, este último na Corregedoria, que estão sendo elaborados. Paulo Taques é o único réu nesta ação.

Ele responde por denunciação caluniosa, falso testemunho e interceptação telefônica ilegal. O caso ficou nacionalmente como “grampolância/araponga pantaneira” e consistiu no esquema de interceptações por meio de um esquema conhecido como “barriga de aluguel”.

Os alvos do esquema – jornalistas, empresários, médicos e políticos adversários de Pedro Taques, governador na época e primo de Paulo – tinham seus números inseridos em listas de criminosos, com falsas alcunhas, que seriam apreciadas pela Justiça para autorizar a quebra de sigilo perante às operadoras. Induzindo a Justiça ao erro, a organização criminosa conseguia autorização legal para interceptar seus alvos. O esquema foi praticado com a força de trabalho de policiais militares, que tinham suas funções desviadas para atender aos interesses particulares e políticos da organização.

Ao ser notificado, Paulo Taques apresentou defesa pedindo absolvição sumária alegando que não pediu investigação contra pessoa sabidamente inocente, não prestou falso testemunho e não praticou as interceptações ilegais. O pedido foi negado e foi agendado o depoimento dele para setembro. “Segundo alega, somente comunicou ao então Governador Pedro Taques a suspeita de que informações estavam sendo vazadas da Casa Civil com possibilidade de ligação com João Arcanjo Ribeiro, fato levado ao conhecimento do então Secretário de Segurança Mauro Zaque, que por sua vez repassou à Delegada Alessandra Saturnino, que repassou à Delegada Alana Derlene, que procedeu às escutas telefônicas ilegais, diante da urgência do caso reportado”, consta no documento.

As alegações foram rebatidas pelo magistrado, que pontuou haver elementos suficientes apontando que Paulo procurou Mauro Zaque alegando estar ele e o então governador sob ameaça. Paulo teria apresentado um documento com números telefônicos e conversas interceptadas, com indícios de que duas mulheres estariam tramando contra os dois.

O juiz pontua que foi a partir disso que as delegadas incluíram os números fornecidos um requerimento de interceptações telefônicas. Apesar das informações, continua o magistrado, quando ouvido enquanto testemunha, Paulo negou as ameaças.

Freitas agendou para o dia 21 de setembro, às 14h, a audiência de instrução e julgamento. Todas as testemunhas e o réu serão ouvidos virtualmente.


Fonte: FOLHAMAX
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