Olhar Direto
Dizendo-se cansado de responder ‘não’ à pergunta sobre a necessidade de assumir agora uma eventual candidatura ao Senado da República por Mato Grosso, em 2014, o governador Silval Barbosa (PMDB) cobrou que o a discussão eleitoral seja transferida para as vésperas das convenções. “Sem dúvida, é necessário ‘descontaminar’ o diálogo político, muito centrado em nomes. É preciso discutir projetos e retirar o componente eleitoral das conversas, neste momento”, aponta ele.
Silval citou como exemplo o próprio prefeito Walace Guimarães (PMDB), considerado um autêntico ‘azarão’ até antes das convenções partidárias de 20102, e o ex-vereador Lúdio Cabral (PT), visto inicialmente como quinta força na disputa pela Prefietura de Cuiabá. “Ninguém levava fé no Walace porque estava enfrentando quem se imaginava imbatível. E Ludio era visto como inviável”, recorda o governador.
“E os senhores sabem bem o resultado: Walace é prefeito e, em cuiabá, Ludio chegou no segundo turno; e chegou a ameaçar a vitória do favorito [Mauro Mendes] numa eleição duríssima”, justifica ele.
Silval faz coro ao senador Blairo Maggi (PR) num momento em que as bases lhes dão claros sinais de cobrança sobre um rumo a seguir, em 2014. Maggi chegou a convocar entrevista coletiva, nesta terça-feira (29/05), quando completou 57 anos, para jurar por tudo quanto é sagrado que não é candidato a nada. Por enquanto.
Maggi adotou procedimento idêntico em 2002, 2006 e 2010. E, em todas foi candidato vitorioso – duas vezes ao Palácio Paiaguás e a última para o Senado.
Por seu turno, Barbosa não põe a mão sobre a Bíblia Sagrada, mas insiste em cobrara conversações eleitorais somente em maio ou junho de 2014. Ou seja: às vésperas das convenções partidárias.
“Quem disser que é candidato, agora, está frito”, deixou escapar Silval, num lampejo de rara sinceridade, enquanto deixava o Palácio Júlio Domingo Fiote de Campos, abraçado ao prefeito Walace Guimarães.
Seja como for a postura de Silval, o comando do PMDB, seu partido, já colocou o bloco na rua, com a bênção do senador Valdir Raupp (RO), presidente da Executiva Nacional. E, de quebra, os peemedebistas têm no secretário de Articulação Institucional, Eder de Moraes Dias, um pré-candidato capaz de no mínimo gerar polêmica. E não são poucas.