A polícia confirmou, nesta segunda-feira (27), que o suspeito de abusar de crianças, entre quatro e seis anos, em uma 'creche informal' de Sorocaba (SP) é mesmo o responsável pelos crimes. Segundo a delegada que investiga o caso, Ana Luíza Salomone, da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), quatro crimes foram comprovados por testemunhos e laudos do exame de corpo de delito. A confirmação foi feita pela delegada durante uma entrevista coletiva concedida na tarde desta segunda-feira, na DDM.
Segundo Ana Luíza, um laudo do exame de corpo de delito aponta que houve ‘lesões provenientes de atos libidinosos’. O caso está sendo investigado desde o fim de abril, após a denúncia de familiares das vítimas.
Segundo a delegada, com a comprovação, a prorrogação da prisão preventiva do suspeito foi pedida por mais 30 dias, na última sexta-feira (24). Ele continuará detido na Cadeia de Pilar do Sul (SP). Ainda de acordo com a delegada, o inquérito sobre o caso será entregue ao juiz na próxima semana.
“Ainda estou investigando a participação da esposa dele nos crimes. Mas, testemunhos apontam que ela passava pomada para assadura em excesso para tentar esconder os abusos”, afirma a delegada.
Durante a coletiva de imprensa, Ana Luíza Salomone contou que testemunhas relataram que a mulher do suspeito, que é cuidadora das crianças, ouvia reclamações dos menores sobre os abusos e simulava ligações para os pais, com o objetivo de evitar que as crianças relatassem o ocorrido.
Ainda de acordo com a delegada, dos 10 casos suspeitos, quatro foram confirmados. “Cinco meninos negaram terem sofrido abusos, mas todos estavam na defensiva e, pela minha experiência, acredito que eles tenham sido violentados de alguma forma também”, relata Ana Luíza.
A delegada afirma que muitos pais continuam levando os filhos para a ‘creche informal’, já que não acreditam nas acusações de estupro. Uma das mães disse durante o depoimento que a filha sempre tinha sangue na fralda, mas que ela só soube que era resultado de abusos após a investigação.
A mulher será ouvida novamente pela delegada ainda nesta semana. O casal, que está junto há mais de 20 anos, tentava adotar legalmente um menino de sete anos. No entanto, Ana Luíza acredita que a acusação de estupro deverá atrapalhar no processo de adoção.
Duas das vítimas, meninas de quatro e seis anos, já estão passando por tratamento psicológico. “Uma avaliação deve ser feita pelos psicólogos nessa semana e o resultado será incluído no inquérito”, diz a delegada.
O homem será indiciado por estupro de vulnerável. Ele não tinha nenhuma passagem pela polícia. Caso também seja acusada, a mulher dele responderá por participação no mesmo crime.