Para presidente, ataque é terrorismo


Vereador João Emanuel entende que ação foi praticada por especialistas interessados em intimidar o Legislativo Municipal

Lorival Fernandes/DC
Dois coquetéis molotovs foram deixados do lado de fora do prédio; perícia recolheu digitais
LORENA BRUSCHI
Da Reportagem

O presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, João Emanuel (PSD), afirmou que o ataque com artefatos do tipo “coquetel molotov” ao prédio da Casa na madrugada do dia 13 de maio não foi vandalismo, e sim um ato de terrorismo premeditado, provavelmente praticado por especialistas.

Foram atiradas duas bombas caseiras nas janelas do prédio da Câmara, e mais duas foram encontradas do lado de fora do local. Os artefatos eram feitos de querosene e gasolina, segundo a perícia policial.

“Pessoas experientes, pessoas que conhecem esse tipo de arma, queriam causar a explosão dentro da Câmara dos Vereadores. Só não conseguiram por um golpe de sorte, porque se esse coquetel molotov incendiasse o local, seria difícil apagar esse fogo”, conta o presidente da Casa sobre o possível perfil de quem praticou o ataque.

Ele conta ainda que o caso pode ser uma ameaça às ações políticas que vêm sendo desempenhadas pelo Legislativo cuiabano, mas que por princípios, isso não intimidará os parlamentares no desempenho das suas funções.

“Temos decisões que influenciam a sub-sede da Copa do Mundo, a capital do nosso Estado, existem sim conflitos de interesses, mas vamos aguardar o final das investigações”, afirmou o presidente. Impressões foram coletadas para ajudar na identificação dos autores.

O atentado atingiu os gabinetes dos vereadores Ricardo Saad (PSDB) e Toninho de Souza (PSD), mas segundo o presidente da Câmara, ficou constatado que o alvo não eram os gabinetes, e sim o prédio. “Essa atitude anarquista, e próxima ao terrorismo, nós rechaçamos. E vamos até o fim para buscar os responsáveis por essas medidas”, afirmou.

A chefe de gabinete do vereador Toninho de Souza, Ana Paula Cardoso, considerou que a ação não tinha a intenção de atingir os parlamentares. "As duas janelas são as mais expostas e mais acessíveis. Acreditamos que não houve uma intenção de atingir os vereadores Toninho de Souza e o Ricardo Saad", ponderou.

Esta não é a primeira vez eu a segurança do local é ameaçada. Um homem armado já foi flagrado e detido por um policial militar que fazia a segurança dentro da Câmara, com uma pistola calibre 6,35. O suspeito na época alegou que era policial, mas não apresentou nenhum documento que o identificasse como tal.

Ainda segundo o presidente do Legislativo, o caso será alvo de investigação por suspeita de ação do crime organizado, e a segurança da Câmara receberá atenção maior. A mudança de local do prédio da Casa Legislativa – já levantada em ocasiões anteriores - foi considerada uma alternativa.

“Fizemos até uma solicitação ao governador Silval Barbosa sobre uma possível área próxima ao Centro Político Administrativo, próximo ao Legislativo”, disse sobre o projeto de mudar a Câmara de localização e transformar a atual sede em um museu.

As duas tendas, instaladas em frente à sede da Câmara na semana passada para a realização de um evento em comemoração aos dias das mães teriam impedido que as câmeras fixadas do lado de fora do prédio revelassem os autores do atentado.