DIÁRIO DA MANHÃ
JOAQUIM MUNDURUCA
Uma criança de apenas um ano e três meses foi baleada numa briga de trânsito entre seu pai e um vigilante penitenciário. Uma fechada, seguida de discussão, levou o último a efetuar dois disparos contra o primeiro. Um dos tiros atingiu a panturrilha esquerda da menina. Os dois homens têm versões diferentes para o incidente ocorrido por volta das 18h30 da quarta-feira, 1º, no Setor Água Branca, na Capital.
Uma discussão entre o vigilante penitenciário da Casa de Prisão Provisória (CPP), de Aparecida de Goiânia, Bruno Carlos de Lacerda Torres, de 26 anos, e o garçom Márcio José Pereira, de 33, por causa de uma fechada no trânsito quase causou a morte de uma criança de apenas um ano e meio. Ela estava na calçada acompanhada da mãe e ambas esperavam por Márcio José Pereira, quando presenciaram a discussão e a menina foi atingida por um dos disparos.
Minutos antes, uma briga de trânsito teria levado o vigilante penitenciário a perseguir o veículo do garçom e efetuado dois disparos contra ele. Um deles atingiu a panturrilha esquerda da criança. Ela foi socorrida no Centro de Assistência Integral à Saúde (Cais), no Setor Novo Mundo. Um curativo foi feito e ela liberada em seguida. Seu estado de saúde é bom, apesar do susto e da dor causada pelo tiro de raspão.
Versões diferentes
De acordo com a Polícia Civil (PC), os dois envolvidos apresentaram versões diferentes para o fato. Na versão do agente, ele teria contado que foi fechado no trânsito pela direita e que isso provocou uma colisão entre os veículos. O garçom, irritado, teria atirado em sua direção, e em legítima defesa, ele teria revidado a agressão com dois disparos contra o seu veículo. O garçom e pai da garota baleada, por sua vez, tem outra versão para o mesmo fato. Segundo ele, seu carro teria se chocado com o do agente e este o teria perseguido até o local onde sua filha e esposa o aguardavam. Ele teria descido do carro e efetuado disparos contra ele. Segundo o garçom, testemunhas poderiam comprovar a sua versão. No local, no momento da confusão, havia cerca de 20 pessoas, entre crianças e mães.
No local, a Polícia Militar (PM) prendeu o suspeito em flagrante e o encaminhou para o Centro Integrado de Operações de Segurança (Ciops) do 14º DP, no Setor Vila Pedroso, na Capital, onde a prisão em flagrante por tentativa de homicídio foi oficiada.
No 14º DP, ambos prestaram depoimentos e foram liberados em seguida. A arma do agente penitenciário, uma pistola Taurus calibre 380, duas munições deflagradas e um carregador com 14 projéteis intactos, foram apreendidos para serem periciados. A existência de uma arma em poder do garçom, alegada pelo vigilante penitenciário, não foi, no entanto, localizada. Os dois veículos envolvidos no abalroamento, uma caminhonete Toyota, de cor preta, do pai da criança, e um Celta, também preto, do vigilante, serão submetidos a uma perícia técnica. De acordo com a PC, as informações dos laudos técnicos e dos depoimentos de testemunhas serão vitais para entender a motivação do crime e proceder com a formalização da acusação.





