Juiz manda prender pais biológicos de menina sequestrada em Cuiabá


Decisão foi proferida nesta quinta-feira na Vara da Violência Doméstica.
Pais da menina deixaram o país após terem sido presos por tráfico de drogas.

Dhiego MaiaDo G1 MT
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Ida Feliz foi sequestrada da casa da família adotiva há 4 dias (Foto: Reprodução/TVCA)Ida Feliz foi sequestrada da casa da família adotiva há
quase um mês (Foto: Reprodução/TVCA)
A Justiça deferiu nesta quinta-feira (23) o pedido de prisão preventiva expedido pela Polícia Civil contra os pais biológicos da menina de origem dominicana, Ida Verônika Feliz, de oito anos, que foi levada à força da casa em que vivia com a família adotiva emCuiabá há quase um mês. Conforme a decisão judicial proferida pelo juiz auxiliar da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da capital, Jamilson Haddad Campos, uma quebra de sigilo telefônico para localizar o paradeiro da menina também foi autorizada. O teor do despacho não foi divulgado porque o procedimento tramitou em segredo de Justiça.
A determinação da Justiça de Cuiabá será enviada à Interpol, a Polícia Internacional, pelos indícios apontados durante a investigação que a menina estaria com os pais biológicos no exterior. De acordo com o delegado da Divisão Anti-Sequestro, Flávio Stringueta, o pedido de prisão foi protocolado no dia 8 de maio.
Em entrevista ao G1 nesta quarta-feira (22), o delegado afirmou que as investigações sobre o caso estavam paradas desde o início do mês à espera da decisão judicial. “Eu encaminhei este pedido no dia 8 [ maio] para a análise da Justiça e do Ministério Público. A minha investigação está parada na parte técnica e de inteligência em um caso tão grave como esse”, afirmou.
Pedido de prisão
A Corregedoria do Tribunal de Justiça de Mato Grosso declarou ao G1 que o procedimento da Polícia Civil enviado à Justiça seguiu o trâmite normal, apesar de ter sido analisado em três varas judiciais. No dia 8 deste mês, o pedido foi protocolado na Vara Especializada de Combate ao Crime Organizado. O procedimento foi redestribuído para a 8ª Vara Criminal no dia 9. No dia seguinte, a juíza Maria Rosi de Meira Borba despachou o pedido com vistas para o Ministério Público no dia 10.
No dia 13, o procedimento ficou sob análise do Ministério Público Estadual, que só devolveu o pedido à Justiça nesta quarta-feira (22). De acordo com a Corregedoria do TJMT, a juíza da 8ª Vara Criminal declarou não ser de competência dela julgar o pedido e, por isso, o arremeteu para a 1ª Vara de Violência Doméstica.
Só a manifestação do Ministério Público Estadual (MPE) durou 10 dias. Em nota, via assessoria de imprensa, o órgão afirmou que não iria se manifestar sobre 'o mérito da questão, que está intimamente ligado ao prazo processual, por conta da proibição de divulgar informações em procedimentos sigilosos.
Os pais biológicos de Ida Feliz, uma dominicana e um italiano, são, segundo a Polícia Civil, os principais suspeitos de terem mandado sequestrar a própria filha em Cuiabá. Eles não estariam mais no Brasil. Em 2006, eles foram presos no país por envolvimento com o tráfico de drogas. A mãe de Ida foi detida em um apartamento em Florianópolis (SC) com três mil comprimidos de ecstasy.
Ela foi condenada a cumprir 10 anos de prisão. Ainda quando estava presa, ela obteve na Justiça a progressão de regime. Beneficiada pelo semiaberto, a suspeita fugiu da prisão em 2010 e não voltou mais. Já o pai da menina dominicana, foi expulso do país em 2009 após ser preso em Mato Grosso pelo mesmo crime.
No período em que a menina vivia no Brasil com a família adotiva, o pai biológico afirmou diversas vezes que iria lutar 'pela guarda definitiva de Ida'. Além da menina, o casal teve um outro filho no estado de Santa Catarina que, semelhante à irmã, foi sequestrado da família adotiva. Ele também pode estar com os pais biológicos.
Até o momento, circula no país e no exterior, via Interpol, o retrato falado de dois suspeitos envolvidos no sequestro da garota. Um deles, invadiu a casa da família adotiva da menina armado e fugiu com ela em um veículo. O outro comparsa enviou uma mensagem de texto, no mesmo dia do sequestro, da cidade de Matupá, a 696 quilômetros de Cuiabá, exigindo a saída da polícia nas investigações. Nenhum deles foi preso.
Adoção
Ida Verônika foi deixada em um quarto de hotel da capital mato-grossense, quando ainda tinha quatro meses de idade, pelos pais biológicos. A menina foi cuidada pela camareira que, meses depois, se tornaria irmã de criação. Após ser acolhida em um abrigo para menores, a mãe da camareira obteve na Justiça a guarda da menina. Ida ficou sob a guarda da família adotiva por oito anos. No dia 26 de abril, um homem armado invadiu a casa da família adotiva de Ida Feliz e fugiu com a garota em um veículo.
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