José Riva pede retomada das obras do Memorial Rondon


O mato-grossense Cândido Rondon é seguramente o maior herói brasileiro, com reconhecimento internacional pela abertura de novas fronteiras e pela proteção e integração dos índios à sociedade”, destacou Riva.
Deputado destaca importância de eternizar a memória do Marechal Rondon, concluindo o complexo histórico-cultural e educativo em Mimoso

A mais justa homenagem que se pode fazer ao mais ilustre dos mato-grossenses, o Marechal Rondon, é a retomada e conclusão das obras do Memorial Rondon, em Mimoso. Com este objetivo, o presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso-AL/MT, deputado José Riva (PSD), apresentou indicação ao governador Silval Barbosa (PMDB), com cópias aos secretários da Casa Civil, Pedro Nadaf, de Cultura, Janete Riva, Turismo, Teté Bezerra e Secopa, Maurício Guimarães.

Em sua justificativa, o deputado alertou sobre a importância da conclusão da obra iniciada há mais de dez anos e não concluída, bem como, a revisão do projeto do Memorial adequando-o as normais atuais, principalmente de acessibilidade. “O mato-grossense Cândido Rondon é seguramente o maior herói brasileiro, com reconhecimento internacional pela abertura de novas fronteiras e pela proteção e integração dos índios à sociedade. Não podemos postergar a conclusão do Memorial, que resgata e divulga a história deste grande homem”, destacou Riva.

O Memorial Rondon foi planejado para ser um museu temático na Baía de Chacororé defronte à vila de Mimoso. O espaço abrigará um centro cultural, com área para exposições, além de facilitar o acesso a pesquisadores. No local também será construído um jazigo para guardar os restos mortais do ilustre mato-grossense.

O memorial também terá a função de apoio ao ecoturismo e educação, proporcionando a inclusão social da comunidade do distrito de Mimoso e região. A altura dos pilares foi calculada para que o acervo esteja protegido na época das cheias, quando o acesso será feito por meio de duas passarelas erguidas acima do nível das águas.

No Plano consta também, a construção do Aeródromo Santos Dumont, para aeronaves de pequeno porte, balonismo e aeromodelismo, com estrutura de hangar simples e pista de 800 metros gramada. Uma marina sobre o rio Mutum, interligando o rio com a rodovia; estrada turística, assinalando os pontos de maior interesse turístico; a renovação do casario de Mimoso, com projeto para a recuperação da tipologia original; reforma da Escola Santa Claudina, onde o Marechal iniciou seus estudos, e a construção de uma casa de festas para manifestação da cultura mimoseana.

Idealizado pelos arquitetos José Afonso Portocarrero e Paulo César Molina, o projeto prevê um espaço que reunirá todo o acervo do Marechal, área de exposições e atividades educativas. Além do acervo de Rondon, o memorial será uma referência para divulgação do Pantanal, oportunizando aos visitantes, conhecimento mais amplo sobre este santuário natural.

“Não podemos ignorar os investimento já realizados e a importância de manter viva a memória de Rondon. Por isso entendemos ser esta a oportunidade de finalmente concluímos esta grande obra. Com a Copa em 2014, milhares de turistas visitarão nosso estado, não podemos perder a oportunidade de destacar a trajetória de Rondon, um ícone mundial, e mostrar nossas belezas naturais, cultura e história”, finalizou o deputado Riva.

A retomada das obras é uma reivindicação antiga da Sociedade Amigos do Marechal Rondon, criada há 44 anos. Nos últimos dias, o presidente da sociedade, Ivan Pedrosa, tem feito solicitações junto a autoridades para tentar fazer com que o memorial seja concluído antes da Copa. “Rondon era conhecido internacionalmente e chegou a ser indicado ao prêmio Nobel”, afirma Pedrosa.

Neste domingo, 5 de maio, Dia Nacional das Comunicações, a sociedade comemora a data com palestra do professor Fernando Tadeu Borges, da UFMT. O evento acontece às 20 horas no Palácio da Instrução. 

HISTÓRIA - Cândido Mariano da Silva Rondon nasceu no distrito de Mimoso (município de Santo Antônio do Leverger) em 5 de maio de 1865 e morreu  no Rio de Janeiro em 1958. De origem indígena por parte de seus bisavós maternos (Bororó e Terena) e bisavó paterna (Guará), Rondon tornou-se órfão precocemente, tendo sido criado pelo tio e depois transferiu-se para o Rio de Janeiro para ingressar na Escola Militar. 

Ainda estudante, teve participação nos movimentos abolicionista e republicano. Foi nomeado chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso e designado para a Comissão de Construção da linha telegráfica que ligaria Mato Grosso e Goiás. Rondon cumpriu essa missão abrindo caminhos, desbravando terras, lançando linhas telegráficas, fazendo mapeamentos do terreno e principalmente estabelecendo relações cordiais com os índios.

Entre 1900 e 1906 dirigiu a construção de mais uma linha telegráfica, entre Cuiabá e Corumbá, alcançando as fronteiras do Paraguai e Bolívia. Em 1907, foi nomeado chefe da comissão que deveria construir a linha telegráfica de Cuiabá a Santo Antonio do Madeira, a primeira a alcançar a região amazônica, e que foi denominada Comissão Rondon.

Realizou expedições com a comissão Rondon, com o objetivo de explorar a região Amazônica. Em 1910, organizou e passou a dirigir o Serviço de Proteção aos Índios e de maio de 1913 a maio de 1914, realizou mais uma expedição, em conjunto com ex-presidente dos Estados Unidos, Theodore Roosevelt.

Em 1914, com a Comissão Rondon, construiu 372 km de linhas e mais cinco estações telegráficas: Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Presidente Pena (depois Vila de Rondônia e atual Ji-Paraná), Jaru e Ariquemes, na área do atual estado de Rondônia. 

Em 5 de maio de 1955, ao completar 90 anos, recebeu o título de Marechal do Exército Brasileiro, concedido pelo Congresso Nacional. O dia é hoje consagrado às Comunicações, que tem Rondon como patrono brasileiro.

Em 1957 foi indicado para o prêmio Nobel da Paz, pelo Explorer's Club, de Nova Iorque. O reconhecimento da obra de Rondon extrapolou as fronteiras do Brasil. Teve a glória de ter seu nome escrito em letras de ouro maciço no Livro da Sociedade de Geografia de Nova Iorque, como o explorador que penetrou mais profundamente em terras tropicais, ao lado de outros imortais como Amundsen e Peary, descobridores dos pólos norte e sul; e Charcot e Byrd, exploradores que mais profundamente penetraram em terras árticas e antárticas.
Autor: Assessoria da Presidência
Fonte: O Nortão