Comerciantes foram transferidos em dezembro do ano passado.
Prefeitura de Cuiabá alegou que volta dos camelôs quebra acordo firmado.
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Vendedores ambulantes de Cuiabávoltaram a trabalhar ilegalmente na Praça Ipiranga, no Centro de Cuiabá, depois de terem sido transferidos para o Centro Comercial Popular, no bairro do Porto, na capital. Os camelôs alegam que o lugar para onde foram remanejados não é bem localizado e, em decorrência disso, o número de clientes é muito baixo. A prefeitura de Cuiabá transferiu os camelôs para o novo Centro para deixar as praças Ipiranga, Caetano Albuquerque e Maria Taquara livres do comércio popular.
Uma comerciante de 42 anos, que não quis ter o nome divulgado, afirmou ter retornado para a praça porque precisa trabalhar. Ela é vendedor ambulante há quatro anos e relatou que a única solução que encontrou foi voltar ao antigo local de trabalho. “O lugar que a prefeitura escolheu é muito ruim, nós não vendemos nada, mal conseguia sobreviver. Por isso, tive que voltar para cá. Eu tenho filhos para sustentar e, com o que ganho aqui, consigo viver bem”, disse.
A mulher vende DVDs 'piratas' e ainda disse que sofre com a ilegalidade do trabalho. “É complicado, porque toda vez que os fiscais chegam, a gente tem que fugir, senão eles pegam todas as nossas mercadorias. Já até me acostumei a fugir e por isso deixo todas as minhas mercadorias em exposição dentro de uma mala”, informou ao G1, a vendedora.
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Outro comerciante, de 36 anos, que vende DVDs piratas há sete anos, também afirmou que o local do Centro Comercial Popular não colabora com as vendas. “Tenho dois filhos, então, o que me resta é ser camelô. Montei a minha barraca no local indicado pela prefeitura, porém, não vendi nada e meu lucro era nulo. A minha única saída foi voltar para cá, que é onde as pessoas realmente compram”, explicou.
O mesmo comerciante disse que os camelôs não são bem tratados na Praça Ipiranga, contudo, insistem em voltar. "A prefeitura não cobra aluguel no local para onde fomos realocados, porém, eles também não auxiliaram com nenhum financiamento nem nada. Tiramos dinheiro do nosso bolso para comprar as mercadorias e elas não venderam, saímos no prejuízo”, completou.
Transferência
Em dezembro de 2012, após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), entre o Ministério Público de Mato Grosso e a Prefeitura de Cuiabá, um grupo de 250 vendedores ambulantes foi transferido da praça para o Centro Popular no Bairro do Porto.
Em dezembro de 2012, após a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), entre o Ministério Público de Mato Grosso e a Prefeitura de Cuiabá, um grupo de 250 vendedores ambulantes foi transferido da praça para o Centro Popular no Bairro do Porto.
De acordo com o diretor da Secretaria de Fiscalização da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Édio José Silva, a falta de fiscais é o principal motivo para que o comércio popular tenha voltado ao Centro da capital. “A volta dos camelôs é uma quebra do acordo que eles fizeram com a prefeitura. Em razão disso, iremos aumentar o número de fiscais. Eles não tem direito de ficar na praça, que é um bem comum da população”, disse.
O presidente do Sindicato dos Camelôs do Estado, Augusto Ferreira, revelou que os problemas são constantes. “Os camelôs estão saindo daqui e voltando ao centro porque aqui não está rendendo lucro. Poucos clientes vêm aqui e, por isso, muitos comerciantes estão passando dificuldades financeiras. A estrutura do local é boa, mas não adianta nada se não existe clientela”, informou Ferreira.





