Analista Alfredo da Mota Menezes diz que Chico Daltro tende assumir o governo e que, por isso, partido ganharia força em MT
ANA ADÉLIA JÁCOMO
O afastamento do deputado estadual José Riva (PSD) da presidência da Assembleia Legislativa pode ter desdobramentos jurídicos mais contundentes. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) o acusa de improbidade administrativa por emissão de cheques do Legislativo à empresas de fachada, em um suposto esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro. O deputado, segundo a Justiça, terá que devolver mais de R$ 2,6 milhões dos cofres públicos.
De acordo com o presidente da Comissão Eleitoral da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso
“É necessário que haja o trânsito em julgado e a condenação do colegiado para que o político seja considerado inelegível. Neste momento o deputado está impedido, mas ano que vem tem eleição e, se até lá, o STJ não tiver emitido uma decisão dizendo que o TRE de Mato Grosso está errado ao afastá-lo do cargo, não há possibilidades de ele concorrer a nenhum cargo eletivo”, explicou o presidente.
ANÁLISE PARA 2014
Apesar da provável batalha jurídica que Riva irá enfrentar, seu partido, o PSD fundado pelo ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, não deve sentir o baque do imbróglio. Para o analista políticoAlfredo da Mota Menezes, a agremiação conseguiu êxito no último pleito e conquistou 35 prefeituras, sendo 39 presidências de Câmara de Vereadores, além da presidência da Associação Mato Grossense dos Municípios (AMM).
“Com certeza o PSD vai tentar a cadeira de governador nas próximas eleições. Eles não irão deixar de marcar presença, ainda mais com toda essa força no Estado”, disse o analista.
Antes de Riva se deparar com o impedimento jurídico, ele tinha seu nome cotado como um dos principais candidatos à vaga do Palácio Paiaguás. Nos bastidores, era quase unanime o palpite que o governador Silval Barbosa (PMDB) iria deixar o cargo para concorrer ao Senado, o vice, Chico Daltro, iria para o TCE, enquanto Riva assumiria a cadeira de chefe do Executivo e, consequentemente, se candidataria à reeleição.
Para Alfredo, a ideia não se tornou tão absurda ainda. “Quem vai assumir a cadeira de governador é o vice Chico Daltro, que é do PSD. Com isso, o Silval irá se candidatar para senador e obviamente que o Chico Daltro irá tentar se efetivar na vaga. Caso o Riva fique inelegível, o partido estará com a máquina na mão e, é claro que irão partir para a guerra”, disse Alfredo.





