O presidente do Conselho Municipal de Segurança Pública de Poconé, Jassom Borralho, disse que a situação é de extrema gravidade. Ele informou que 70% dos partos realizados este ano em Poconé foram de meninas entre 13 e 15 anos. Segundo ele, esse dado não é tão preciso, já que foi encaminhado por um obstetra da cidade, mas mostra o quanto a sociedade precisa se organizar. Os dados foram apresentados durante o Encontro Permanente da Juventude que abordou o tema “Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”.
O encontro fez alusão à adolescente Caroline Cristiane de Almeida Martins, 15 anos, assassinada às margens da Rodovia Transpantaneira, no Pantanal Mato-grossense, no dia 18 de maio do ano passado. O corpo dela foi encontrado uma semana após o crime. O suspeito, um menor de 16 anos, cumpre a medida sócioeducativa no Complexo Pomeri. A estudante foi morta com requinte de crueldade e de brutalidade.
O procurador-geral de Justiça, Paulo Roberto Jorge do Prado, foi o palestrante convidado do evento e abordou a necessidade de parcerias entre os gestores públicos do município para desenvolver atividades em prol das crianças e adolescentes. “O abuso sexual contra crianças e adolescentes ocorre em tão expressiva quantidade que é considerado um problema de saúde pública, que ocasiona sérios prejuízos para as vítimas, envolvendo aspectos psicológicos, sociais e legais” – destacou o procurador-geral de Justiça.
A cidade de Poconé tem 232 anos e uma população estimada em 32 mil habitantes, e ainda não possui um lar para atender crianças e adolescentes vítimas de abuso sexual mantido pelo município. Conforme a promotora Daniele Crema da Rocha, o Ministério Público Estadual conseguiu viabilizar parcerias e melhorar a estrutura física do Conselho Tutelar.
Atualmente, Mato Grosso ocupa o último lugar no ranking da região Centro Oeste nas estatísticas de denúncias pelo disque 100. De acordo com a promotora de Justiça substituta de Poconé, Nathália Moreno Pereira, isso revela a necessidade da população conhecer os meios disponíveis para que a prática criminosa seja denunciada. “O Ministério Público está aqui para atender o cidadão, só essa semana, realizamos três audiências de estupro” – disse a promotora de Justiça.
Atentas às informações, as alunas da Escola Estadual Caetano de Albuquerque, Rafaela Ingrid de Arruda e Camila Bianca Moraes, de 14 anos, avaliaram como positivo o evento realizado pelo Fórum Permanente da Juventude. “Não temos muitas alternativas de cultura e lazer na cidade, essa palestra nos trouxe conhecimento do que é considerado abuso sexual” – opinou Camila.
SERVIÇO
Além do disque 100, a denúncia pode ser feita nos seguintes locais:
■ Ouvidoria do Ministério Público 127
■ Polícia Militar 190
■ Polícia Civil 197
■ SAMU 194
■ Dedica (65) 3901-5700
■ Disque Denúncia do Ministério Público 0800 6471 700.
Além do disque 100, a denúncia pode ser feita nos seguintes locais:
■ Ouvidoria do Ministério Público 127
■ Polícia Militar 190
■ Polícia Civil 197
■ SAMU 194
■ Dedica (65) 3901-5700
■ Disque Denúncia do Ministério Público 0800 6471 700.
Source: Maurício Cruvinel | Redação 24 Horas News