Acusado de mandar matar ex-sócio, empresário se entrega


Filadelfo Dias se entregou à Delegacia de Capturas; prisão foi decretada pelo TJ

LAURA NABUCO
DO MIDIAJUR
O empresário Filadelfo dos Reis Dias se entregou à Polícia no início da tarde desta terça-feira (23). Ele é acusado pelo Ministério Público do Estado (MPE) de ser o mandante da tentativa de assassinato contra os empresários Valdinei Mauro de Sousa, seu ex-sócio, e Wanderlei Torres, da Construtura Trimec.

Segundo o advogado Huendel Rolim, que atua na defesa do empresário, Filadelfo se apresentou na Delegacia de Capturas (Polinter) como demonstração de que tem intenção de colaborar com a Justiça. “Como já havíamos afirmado, ele não tinha intenção de fugir”, disse.

Conforme Rolim, a defesa ainda vai estudar que medidas adotar a partir de agora. Ele não quis antecipar sequer quando a equipe de advogados vai se manifestar judicialmente sobre o assunto.

A prisão de Filadelfo foi decretada pelo desembargador Rondon Bassil Dower Filho, que, na última quarta-feira (17), cassou a liminar concedida pela pela desembargadora Maria Helena Póvoas.
A magistrada havia concedido um habeas corpus ao empresário em 25 de março, dia seguinte à prisão dele por agentes do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual.

Maria Helena havia sustentado em sua decisão que a prisão do empresário era desnecessária. Além disso, ela havia acatado os argumentos da defesa de que o mandado de prisão, expedido pelo juiz Abel Balbino Guimarães, não continha as informações necessárias, o que o tornaria irregular.

Rondon Bassil, por sua vez, sustentou que a ausência de dados consistia em irregularidades que poderiam ter sido sanadas a qualquer momento e não justificavam a concessão de liberdade.

O desembargador ainda desconstruiu os argumentos da defesa, de que Filadelfo não se furtou a qualquer notificação ou intimação policial.
Para evidenciar a necessidade da prisão cautelar do empresário, o magistrado também transcreveu trecho da decisão de primeiro grau que autorizou a detenção, bem como trechos do depoimento de Valdinei Mauro de Sousa, uma das vítimas.

A decisão de Rondon Bassil foi proferida diante de um recurso impetrado pela própria defesa de Filadelfo. Os advogados pleiteavam a reforma da medida cautelar imposta por Maria Helena que proibia o empresário de se ausentar de Cuiabá.

Entenda o caso
Filadelfo e seu funcionário Marcelo Takahashi foram presos em 25 de março, no Aaeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, quando desembarcavam de um voo que vinha de São Paulo.

Eles são dois dos oito acusados de envolvimento na tentativa de assassinato dos empresários Valdinei Mauro de Sousa e Wanderlei Torres.

O crime, segundo a denúncia do MPE, teve como motivação uma desavença comercial entre as vítimas e Filadelfo, referente à aquisição da Fazenda Ajuricaba, propriedade rural com alto potencial aurífero, localizada em Várzea Grande.

A primeira ameaça de morte feita a Valdinei teria ocorrido em janeiro de 2012. Em abril do mesmo ano, Filadelfo e Marcelo teriam contratado João Paulo Pereira, Josinei Moreira de Araújo, José de Oliveira Campos, Gelfe Rodrigues de Souza Júnior, André de Souza Neves para executar o crime.

Eles teriam seguido Valdinei e Wanderlei dentro da propriedade e efetuados ao menos 30 disparos, que só não atingiram as vítimas graças à blindagem do veículo em que eles estavam. Os executores da tentativa de homicídio ainda teriam roubado cerca de 100 quilos de ouro bruto, aparelhos celulares, um detector de metal e outros pertences.
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