DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Pessoas que passavam pelo local se recusaram a ajudar a vítima de estupro nua, sangrando, em uma rua de Déli, na Índia, e a polícia demorou 30 minutos para levá-la ao hospital.
Esses são alguns detalhes da primeira entrevista do amigo da estudante indiana estuprada em 16 de dezembro e que morreu oito dias depois. O caso gerou violentos protestos e deu início a uma discussão nacional sobre violência contra mulheres.
A estudante de fisioterapia de 23 anos foi estuprada por seis homens dentro de um ônibus e espancada com barras de ferro, junto com seu amigo. Os dois foram jogados para fora do ônibus em movimento, nus. Ela morreu em um hospital em Cingapura, por causa de ferimentos graves no intestino.
"Não consigo descrever, o ataque foi brutal...nem animais se comportam daquele jeito", descreveu o amigo.
A entrevista veiculada por uma TV indiana deve acirrar os ânimos em um país onde acontece um estupro a cada 20 minutos e o assédio sexual de mulheres é sistemático.
Os dois ficaram deitados na calçada, sangrando e nus, por quase uma hora antes que carros da polícia chegassem. "Algumas pessoas se aproximaram e ficaram olhando, mas ninguém ajudou. Minha amiga estava muito ferida e sangrava muito. Nós estávamos nus. Tentamos parar os transeuntes. Durante uns 25 minutos, riquixás, carros e bicicletas desaceleraram para olhar, mas ninguém parou. Aí, alguém parou e chamou a polícia."
Quando os policiais chegaram, ficaram meia hora discutindo onde deveria ser registrada a ocorrência antes de levar a vítima ao hospital.
Cinco indiciados pelo crime vão se apresentar ao tribunal amanhã. Um promotor disse à juíza do caso que exames de DNA mostraram que as manchas de sangue na roupa dos acusados correspondem ao sangue da vítima.