Nayara Araújo e Gabriela Galvão
“Não deixei ninguém sem ser exonerado, até para evitar qualquer constrangimento ao novo presidente. Talvez tenha falado isso para ganhar crédito, por estar querendo mostrar serviço, ou está mal orientando. O que João Emanuel tem que fazer é uma gestão equiparada com a minha ou melhor. Pior ele não pode ser", disparou o petebista.
O problema é que três dias após vencer a conturbada eleição da Mesa Diretora, João Emanuel garantiu em entrevista ao RDNews que determinou, além das demissões, elaboração de relatórios detalhados nas áreas administrativas, consultoria técnico-jurídica, cultura, coordenadoria de cerimonial, controle interno, tecnologia da informação, entre outras. Assegurou ainda ter estabelecido suspensão de todo e qualquer pagamento até que seja realizada a transição entre a administração.
Pinheiro não foi o único a reagir após a manifestação de João Emanuel. O vereador Adevair Cabral (PDT), ao disparar uma série de críticas ao novo presidente, disse que depois da demissão dos 148 comissionados, João Emanuel lotou cargos entre os demais vereadores. Segundo o pedetista, foram divididos 11 postos para cada parlamentar.
Por conta disso, acusou que Emanuel não é a renovação que prega ser no Legislativo. “Ele se diz a renovação, mas está fazendo as mesmas coisas que Pinheiro fazia”. Ao ser questionado sobre quanto cada vereador tinha direito, Adevair garante não saber, mas adianta que irá chamar João Emanuel para esclarecer a situação e antecipa que, na ocasião, pedirá um relatório detalhado sobre o assunto.
Ao sustentar as críticas, Adevair assegurou que reagiu com surpresa ao número de demissões. Segundo ele, o que espantou foi o fato de haver uma quantia considerável de cargos de confiança, mas para seu gabinete, ser disponibilizado apenas um. “Achei que fosse no máximo 30, pois eu tinha direito a contratar apenas uma secretária no valor de R$ 1 mil”.