Taxista resgata cinco, mas filho perde amigo

Táxi vira 'ambulância' e ajuda no resgate de vítimas de incêndio
Taxista diz que lamenta não ter conseguido salvar amigo do filho.
Ao menos 231 pessoas morreram em boate em Santa Maria, RS.

Paulo Toledo PizaDo G1 RS, em Santa Maria

O taxista de Pedro Elias Pairé de Oliveira diz que ajudou no transporte das vítimas (Foto: Paulo Toledo Piza/G1)O taxista de Pedro Elias Pairé de Oliveira diz que
ajudou no transporte das vítimas
(Foto: Paulo Toledo Piza/G1)
Um passageiro descia do táxi de Pedro Elias Pairé de Oliveira, de 47 anos, quando os primeiros indícios de que um incêndio atingia a boate Kiss, em Santa Maria, centro do Rio Grande do Sul, puderam ser percebidos. "Ouvi um estrondo e fui lá perto", afirmou. "Só pensei em ajudar."
Era madrugada de domingo. O taxista viu dezenas de jovens saírem da casa noturna cambaleantes. "Pensei que era um fogo controlado. Daí vi o pessoal arrastando outras pessoas para fora."
Enquanto combatiam o fogo, os bombeiros ajudavam a socorrer centenas de vítimas, a maioria jovem. Os casos graves eram encaminhados em ambulâncias para hospitais próximos.
Como muitos seguiam sentados na calçada, tossindo por causa da fumaça inalada, o taxista decidiu ajudar os bombeiros "transformando" seu carro em uma ambulância. "Era questão de vida ou morte", justificou.
Em duas viagens, Pedro levou cinco pessoas para um hospital. Colegas seguiram o exemplo e também disponibilizaram seus táxis. "Eu voltei para tentar ajudar, mas isolaram a rua quando voltei na terceira vez."
O taxista calcula que a ação conjunta salvou ao menos 20 vítimas. Infelizmente, não conseguiu resgatar um amigo de se filho.  "E esse colega dele queria porque queria levar meu moleque na festa. Sorte que ele não quis ir."
Incêndio
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico. Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.
O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. A festa "Agromerados" reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de pedagogia, agronomia, medicina veterinária, zootecnia e dois cursos técnicos.
Pelo menos 101 das vítimas identificadas eram estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, segundo informou a instituição em sua página na internet.
O comandante do Corpo de Bombeiros da região central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuch, disse que o alvará de funcionamento da boate estava vencido desde agosto do ano passado.
"Fatalidade"
Por meio dos seus advogados, a boate Kiss se pronunciou sobre a tragédia. A direção do estabelecimento classificou o ocorrido como uma "fatalidade", afirmou que a empresa está em "situação regular" e à disposição das autoridades. A nota foi emitida pelo grupo de advogados associados Kümmel & Kümmel, que representa os proprietários da boate.
Arte - Boate (Foto: Arte/G1)
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