Da Redação
Tachado como infiel pela direção municipal do PSB, o vereador Onofre Júnior (PSB) revelou ter sofrido discriminação durante as articulações para a eleição da Mesa Diretora da Câmara de Cuiabá. Ele revelou que o diretório municipal do partido, avalizado pelo prefeito Mauro Mendes (PSB), trabalhou contra sua pré-candidatura a presidente, que chegou a ser lançada logo após o segundo turno.
Segundo Onofre, duas pessoas ligadas a Mauro Mendes, o empresário Mauro Carvalho e o atual secretário de Governo, Fábio Garcia, tentaram impor a ele, e ao vereador Faissal Kalil, o voto no ex-presidente, vereador Júlio Pinheiro (PTB).
O mesmo pedido foi feito pelo próprio prefeito no dia 27 de dezembro, quando Onofre ainda trabalhava sua candidatura. "Ele falou que poderia ficar com a 'pecha' de infiel e traidor, de que votei em Lúdio Cabral", contou o vereador socialista em entrevista a Rádio CBN Cuiabá (AM 590).
O parlamentar informou que chegou a ter apoio de seis vereadores, sendo três deles da base de apoio de João Emanuel (PSD), para concorrer a presidência. "Fechamos que votaríamos juntos e era consenso que não seria em Júlio Pinheiro. Se não fosse em mim, teríamos cargo de destaque na Mesa Diretora", colocou, sem revelar o nome dos parlamentares.
Onofre disse que só definiu compor com a candidatura do atual presidente da Câmara na véspera da eleição, após ser informado pelo presidente do diretório estadual do PSB, deputado federal Valtenir Pereira, de que o grupo do prefeito havia alterado a estratégia e não lançaria mais Júlio Pinheiro. "Falei ao Valtenir então que seria o candidato. Mas ele disse que poderia ser qualquer um, menos eu. Então procurei o João Emanuel e busquei espaço na chapa dele", revelou.
O parlamentar disse que, até pouco antes da votação, foi assediado e constrangido pelo grupo do prefeito. Ele disse que a indicação do vereador Adilson Levante (PSB), como candidato a presidente em substituição a Júlio Pinheiro, foi feita para intimidá-lo junto com o vereador Faissal. Além disso, foram oferecidas secretarias para ele recuar e votar no candidato da base. "Me ofereceram a secretaria de Turismo e Cultura, mas não recuei e mantive o discurso da renovação", frisou.
Punição
Sobre o processo que responderá no diretório do partido por infidelidade partidária, Onofre Júnior disse estar tranquilo e confiante de que se manterá no partido e no cargo de vereador. "Não existe nada no estatuto do partido quanto a votação em eleição de Mesa. Foi uma resolução que, inclusive, pedia o voto em mim", assinalou.
O parlamentar ainda descartou deixar o partido e criticou o diretório do PSB por não valorizar as lideranças que ajudaram na eleição de Mauro Mendes. "Eu estou feliz com o PSB por sua militância. Não estou feliz com o PSB do Suelme Biela, do "Berinho" Garcia e de outros no diretório municipal", destacou.
