Luiz Carlos Ludin de Oliveira, 45 anos, foi vítima do incêndio na boate Kiss.
Velório na capela da Base Aérea da cidade gaúcha teve saraivada de tiros.
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O enterro do primeiro sargento Luiz Carlos Ludin de Oliveira, uma das vítimas do incêndio na boate Kiss durante uma festa universitária no domingo (27), foi enterrado na tarde desta segunda-feira (28) com honras militares. O velório ocorreu na Capela da Base Aérea de Santa Maria, no município da Região Central do Rio Grande do Sul, e o corpo foi sepultado por volta das 16h no Cemitério Santa Rita, na mesma cidade.
Ainda na base, foi dada uma saraivada de tiros pelos cadetes da Aeronáutica. Depois, após o pedido de um toque de silêncio, o caixão foi coberto com uma bandeira do Rio Grande do Sul. A bandeira foi dobrada e entregue à viúva Núria.
Ainda na base, foi dada uma saraivada de tiros pelos cadetes da Aeronáutica. Depois, após o pedido de um toque de silêncio, o caixão foi coberto com uma bandeira do Rio Grande do Sul. A bandeira foi dobrada e entregue à viúva Núria.
Formado em Odontologia, Oliveira morava com a mulher e um filho dela na Vila Militar de Santa Maria, onde trabalhava na Base Aérea. Deixou três filhos, que não moravam com ele.
Núria estava em Tramandaí, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, e foi a Santa Maria quando soube do incêndio. Uma vizinha do casal que estava no enterro contou como era o militar. "Eram excelentes vizinhos", lamenta Carla Tarrago. "Viviam os três juntos. Eles tinham um cachorro, e ele vivia na rua brincando com o cachorro. Era uma alegria", conta.
O susto de Carla foi grande, afinal o filho de 18 anos estava na boate. Ela conta que ele havia feito aniversário na última sexta-feira (28), e foi comemorar porque já poderia entrar na Kiss. O adolescente, no entanto, se salvou.
Depoimento
Em depoimento à Polícia Civil, o dono da boate Kiss, Elissandro Sphor, disse que sabia que o alvará de funcionamento estava vencido, mas que já havia pedido a renovação. Ele também culpou a banda Gurizada Fandangueira pelo início do incêndio, segundo o delegado Sandro Meinerz.
Em depoimento à Polícia Civil, o dono da boate Kiss, Elissandro Sphor, disse que sabia que o alvará de funcionamento estava vencido, mas que já havia pedido a renovação. Ele também culpou a banda Gurizada Fandangueira pelo início do incêndio, segundo o delegado Sandro Meinerz.
O dono da boate Kiss também negou tenha ordenado aos seguranças que impedissem a saída dos jovens da festa na hora que o fogo começou. Sphor, que estava na boate quando a tragédia ocorreu, negou ainda ter retirado do local o computador que armazenava as imagens gravadas pelas câmeras de segurança da boate. O gravador sumiu do local, segundo Meinerz, responsável pelo caso.
Incêndio
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico. Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.
O incêndio começou por volta das 2h30 de domingo, durante a apresentação da banda Gurizada Fandangueira, que utilizou sinalizadores para uma espécie de show pirotécnico. Segundo relatos de testemunhas, faíscas de um equipamento conhecido como "sputnik" atingiram a espuma do isolamento acústico, no teto da boate, dando início ao fogo, que se espalhou pelo estabelecimento em poucos minutos.
O incêndio provocou pânico e muitas pessoas não conseguiram acessar a saída de emergência. A festa "Agromerados" reunia estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, dos cursos de pedagogia, agronomia, medicina veterinária, zootecnia e dois cursos técnicos.
Pelo menos 101 das vítimas identificadas eram estudantes da Universidade Federal de Santa Maria, segundo informou a instituição em sua página na internet.
O comandante do Corpo de Bombeiros da região central do Rio Grande do Sul, tenente-coronel Moisés da Silva Fuch, disse que o alvará de funcionamento da boate estava vencido desde agosto do ano passado.
"Fatalidade"
Por meio dos seus advogados, a boate Kiss se pronunciou sobre a tragédia. A direção do estabelecimento classificou o ocorrido como uma "fatalidade", afirmou que a empresa está em "situação regular" e à disposição das autoridades. A nota foi emitida pelo grupo de advogados associados Kümmel & Kümmel, que representa os proprietários da boate.
Por meio dos seus advogados, a boate Kiss se pronunciou sobre a tragédia. A direção do estabelecimento classificou o ocorrido como uma "fatalidade", afirmou que a empresa está em "situação regular" e à disposição das autoridades. A nota foi emitida pelo grupo de advogados associados Kümmel & Kümmel, que representa os proprietários da boate.
Público
O número de total de pessoas que estavam no interior da boate Kiss no momento em que o incêndio começou ainda é desconhecido. Segundo informações da própria casa noturna, a capacidade máxima é para mil clientes.
O número de total de pessoas que estavam no interior da boate Kiss no momento em que o incêndio começou ainda é desconhecido. Segundo informações da própria casa noturna, a capacidade máxima é para mil clientes.
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De acordo com o delegado Sandro Meinerz, que é responsável pela perícia, informações coletadas pelas equipes de investigação dão conta de que o público na hora da tragédia era de aproximadamente mil pessoas. O Corpo de Bombeiros, no entanto, estima que o número era maior, perto de 1,5 mil.
Estudantes que sobreviveram à tragédia relataram que, inicialmente, seguranças da boate tentaram impedir a saída dos clientes, mas que logo perceberam a fumaça e liberaram a passagem.
O capitão da Brigada Militar Edi Paulo Garcia disse que a maioria das vítimas tentou escapar pelo banheiro do estabelecimento e acabou morrendo. "Tirei mais de 180 pessoas dos banheiros. Eles estavam tentando fugir", disse.
Resgate
Muitas pessoas que conseguiram sair da boate ajudaram a socorrer as vítimas. "A gente puxava as pessoas pelo cabelo, pela roupa, muita gente saía só de calcinha e cueca, muitas sem camiseta, talvez para se proteger da fumaça", disse o jovem Murilo de Toledo Tiecher.
Resgate
Muitas pessoas que conseguiram sair da boate ajudaram a socorrer as vítimas. "A gente puxava as pessoas pelo cabelo, pela roupa, muita gente saía só de calcinha e cueca, muitas sem camiseta, talvez para se proteger da fumaça", disse o jovem Murilo de Toledo Tiecher.
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