'São frios', diz delegado sobre pais suspeitos de torturar filho em MT


Criança de dois anos está internada na UTI em estado gravíssimo.
Casal foi preso em flagrante por tortura qualificada e estupro de vulnerável.

Pollyana AraújoDo G1 MT
1 comentário
O delegado Daniel Rosan Vembramel, da Polícia Civil de Tangará da Serra, a 242 quilômetros de Cuiabá, que efetuou a prisão em flagrante de um casal por tortura e abuso sexual do filho de dois anos, disse que os suspeitos demonstraram muita frieza durante depoimento. "Eles são tão frios que levaram o filho para o hospital e depois foram trabalhar. A mãe tentou chorar aqui na delegacia, mas não caiu uma lágrima", declarou. A criança encontra-se internada em estado gravíssimo na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Pronto-Socorro da capital.

Segundo ele, o pai da criança, de 21 anos, autuado por estupro de vulnerável, ironizou após a prisão e disse que conseguiria a liberdade por meio de um bom advogado. O delegado contou que os suspeitos trabalhavam em um frigorífico em turnos diferentes. "No período da tarde, o pai ficava sozinho em casa com a criança e, nesse momento, deveriam ocorrer os abusos", afirmou, ao pontuar que a mãe era omissa em relação aos atos de violência sexual contra o filho.
O inquérito, de acordo com o delegado, está praticamente concluído. Falta apenas o laudo que comprove a conjunção carnal e a lesão corporal. No entanto, Daniel Vembramel disse ao G1 que os médicos que atenderam a criança atestaram que houve abuso sexual, pois a vítima apresentava ferimentos nas partes íntimas. A suspeita é de que os abusos ocorriam há pelo menos um ano.
Cerca de 10 pessoas foram ouvidas durante as investigações, entre elas a babá do menino, vizinhos e policiais militares que atenderam a ocorrência. Os vizinhos disseram que sempre ouviam choro da criança. A babá, que também mora perto da residência da família, contou que a  vítima sempre aparecia com hematomas pelo corpo e, ao ser perguntada sobre quem teria a agredido, dizia que era a mãe, segundo o delegado.
"Além de torturá-la, os pais deixavam a criança passar fome. Ela estava desnutrida", afirmou Vembramel. De acordo com ele, a babá disse que normalmente o menino chegava na casa dela com muita fome.
Em depoimento, os suspeitos alegaram que o filho caiu e bateu a cabeça, o que teria provocado o traumatismo craniano. O casal é da região nordeste do país e havia se mudado para Tangará da Serra com o intuito de trabalhar no frigorífico. Nenhum deles possui parentes no estado. Conforme o delegado, um irmão do suspeito, que mora em outro estado, foi até a delegacia para obter informações sobre a prisão.
Estado de saúde
A Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Cuiabá informou que o paciente encontra-se em coma induzido e respira com a ajuda de aparelhos. No relatório médico consta que a criança teve os dentes quebrados e estava com hematomas pelo corpo, inclusive no rosto.
 A criança deu entrada em um hospital de Tangará da Serra no último dia 30 depois de ter uma convulsão e ficar desacordada. Ele foi internado na UTI da unidade de saúde e após o estado de saúde se agravar foi transferido para o Pronto-Socorro da capital, de acordo com o Conselho.
Para ler mais notícias de Mato Grosso, clique em g1.globo.com/mt. Siga também o G1 Mato Grosso no Twitter e por RSS.
tópicos: