Gestores prometem revogar aumento em caso de irregularidades
Thiago Bergamasco/MidiaNews
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Ônibus: população está pagando mais caro pela tarifa, mas serviço continua insatisfatório
LISLAINE DOS ANJOS
DA REDAÇÃO
DA REDAÇÃO
A Prefeitura de Cuiabá e a Câmara de Cuiabá irão revisar a planilha de custos apresentada pelas empresas concessionárias do transporte coletivo na Capital, a fim de verificar se houve irregularidades no aumento da tarifa do ônibus municipal, que aumentou de R$ 2,70 para R$ 2,95.
A medida foi tomada após duas horas de protestos em frente ao Palácio Alencastro na manhã desta quarta-feira (9), que reuniu quase 200 pessoas, entre elas líderes da Frente de Luta pela Revogação do Aumento da Tarifa do Transporte Pública de Cuiabá e Várzea Grande. Leia mais AQUI.
"Eles assumiram o compromisso de verificar as planilhas de custos apresentadas pelas empresas e, em caso de constatação de qualquer irregularidade, irão revogar o aumento"
“Eles assumiram o compromisso de verificar as planilhas de custos apresentadas pelas empresas e, em caso de constatação de qualquer irregularidade, irão revogar o aumento”, afirmou o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Dourado.
Os manifestantes deverão se mobilizar em frente à Câmara de Vereadores no dia 5 de fevereiro para receber o posicionamento do governo municipal sobre o assunto. Até lá, as manifestações na Capital deverão ser suspensas, segundo Dourado.
Uma revisão paralela da planilha também será feita pela Frente, a fim de pedir a intervenção do Ministério Público Estadual, caso seja necessário.
“Vamos protestar também no Terminal André Maggi, em Várzea Grande, porque os moradores de lá também sofrem com a má qualidade do serviço e do terminal”, disse Dourado.
Irregularidades
Os manifestantes reclamam que a nova tarifa compromete até 20% da renda do trabalhador que recebe um salário mínimo, hoje fixado em R$ 678, o que força alguns usuários a abandonarem o transporte público e optarem pelo de transportes alternativos, como bicicletas, ou até mesmo andarem a pé.
Dourado afirmou que o transporte público municipal está sucateado e, com a saída dos cobradores, seria esperada uma redução nos custos dos empresários, o que não justificaria o aumento da passagem.
Além disso, a ausência dos cobradores acabou por colocar em risco a segurança dos usuários, que não mais contam com auxílio no momento de embarque e desembarque dos veículos.
"A equipe de transição não tem nada a ver com o aumento. Nossos atos são independentes dos atos da gestão anterior"
O secretário de governo, Fábio Garcia, afirmou que ainda é cedo para apontar irregularidades no contrato que prevê o reajuste anual da tarifa do transporte público e que deverá convidar os representantes da Agência de Regulação de Serviços Públicos Delegados de Mato Grosso (Ager-MT), que autorizaram o aumento da tarifa, para realizar a revisão das planilhas.
Ele nega, porém, que seja necessária a mudança nos trâmites seguidos hoje pelo Governo Municipal para autorizar o reajuste das tarifas de ônibus. “Vamos primeiro verificar se realmente existe alguma irregularidade, para daí decidirmos se é necessário mudar os trâmites atuais”, afirmou.
O titular da SMTU, Antenor Figueiredo, disse que a Pasta vai verificar toda a frota em uso no município para saber as reais condições do transporte público na Capital. Ele nega, porém, que a gestão atual, sob o prefeito Mauro Mendes (PSB), tenha consentido ou influenciado, de alguma forma, com o reajuste da tarifa.
“Assumimos o governo há sete dias. A equipe de transição não tem nada a ver com o aumento. Nossos atos são independentes dos atos da gestão anterior”, disse.
Aumento da tarifa
O aumento “relâmpago” da passagem foi sancionado pelo então prefeito Chico Galindo (PTB) no dia 28 de dezembro, pegando de surpresa mais de 350 mil usuários do transporte coletivo – clique AQUI.
Para justificar o aumento, as empresas alegam aumento no valor do combustível (óleo diesel menos poluente, que seria 23% mais caro que o comum) e reajuste do salário dos empregados.
A integração entre as linhas e o aumento do consumo dos veículos por cada viagem, em virtude dos desvios das obras da Copa do Mundo de 2014, também foram justificativas usadas para o aumento da passagem.