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O ex-prefeito Chico Galindo (PTB) não deixou a casa tão arrumada como assegura. O atual gestor Mauro Mendes (PSB) afirmou na tarde de ontem que se surpreendeu com a situação financeira da Prefeitura, pois o petebista deixou restos a pagar e nenhum dinheiro em caixa.
Mendes, entretanto, não sabe o valor exato das dívidas. Desta forma, solicitou que fosse feito um levantamento em todas as áreas para apurar o volume do débito.
“Não houve dinheiro em caixa. Está sendo levantado o volume de dívidas. E oportunamente isso vai ser informado. Contratos da educação de pessoal que eu tenho conhecimento foram os 1.800 professores que já foram pagos. Estou esperando o relatório detalhado, por isso fiz o decreto para levantar. Existem restos a pagar que foram deixados e vamos ver com a Procuradoria o tratamento legal a ser dado”.
O gestor afirma que durante o processo de transição não teve acesso a nenhum documento relativo a questões financeiras do Palácio Alencastro, por isso se surpreendeu com a situação. Além disso, acreditou nas declarações de Galindo, que pouco antes de deixar o comando da Prefeitura afirmou que deixaria a “casa arrumada”.
“Surpreendeu a mim e a todos que ouviram essa afirmação. Na transição, não tivemos acesso a todos os níveis de informação que gostaríamos de ter tido. Em relação a essa, de natureza financeira, não tivemos nenhum acesso”.
A 15 dias de transferir o cargo para Mendes, o petebista garantiu que entregaria a Prefeitura “em ordem”, com R$ 15 milhões em caixa para que o empresário efetuasse os pagamentos referentes ao mês de dezembro, que não poderiam ser empenhados por ele.
De acordo com o ex-chefe do Executivo, pela primeira vez em anos a prefeitura não iria virar o ano no “vermelho”. Além disso, ele afirmou que o balanço anual mostrou um superávit nas contas da Capital.
“Entrego a casa em ordem com superávit, coisa que há muito tempo não se via. Com recurso a mais na área de Saúde e cerca de R$ 15 milhões em caixa. Sempre passava déficit de R$ 30 milhões, R$ 40 milhões, R$ 50 milhões, mas este ano não vai passar”, disse Chico Galindo a época.
Ele ainda chegou a dizer que só não deixaria mais recursos em caixa por conta das obras que já estavam em andamento na Capital. Para ele, são elas o maior legado que deixará para a cidade.