Com a traição do Valtenir Pereira, deputado federal e presidente regional do PSB e Desgastada, Câmara de Cuiabá elege hoje novo presidente


João Emanuel e Júlio Pinheiro disputam voto a voto; novato tem ligeira vantagem

Thiago Bergamasco/MidiaNews
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João Emanuel e Júlio Pinheiro, que disputam o comando da Câmara Municipal de Cuiabá
LAÍSE LUCATELLI
DA REDAÇÃO
Na tarde desta terça-feira (1º), a partir das 17h, será escolhido o novo presidente da Mesa Diretora que comandará a Câmara de Cuiabá pelos próximos dois anos. A disputa está polarizada entre o atual presidente, Júlio Pinheiro (PTB), e o vereador eleito João Emanuel (PSD)

A disputa está acirrada, pois tanto Pinheiro como Emanuel contabilizam, pelos seus próprios cálculos, 11 votos entre os 25 vereadores que vão compor o Legislativo cuiabano a partir de hoje. 

Três parlamentares permaneceriam como "fiéis da balança" – Faissal (PSB), Onofre Junior (PSB) e Lueci Ramos (PSDB).

Nesse caso, João Emanuel tem ligeira vantagem, em função do desgaste de Pinheiro e da rejeição dos dois vereadores do PSB à continuidade da atual gestão.

Apesar da determinação partidária de apoiar o candidato do PTB, Faissal e Onofre resistem em aderir ao projeto do atual presidente, e o voto de ambos ainda é uma incógnita.

A única mulher da legislatura atual, a tucana Lueci Ramos, por sua vez, afirma que ainda não definiu seu voto, e resiste em declarar apoio a João Emanuel ou Júlio Pinheiro. A expectativa é de que ela acabe compondo com o social-democrata, em função de acordos partidários.

Cada chapa é formada por cinco membros – presidente, 1º vice-presidente, 2º vice-presidente, 1º secretário e 2º secretário.

Com a renúncia do vice-prefeito eleito João Malheiros (PR), o comando do Legislativo tornou-se ainda mais visado, devido ao fato de que o novo presidente será, também, o sucessor legal do prefeito Mauro Mendes (PSB).

Confinados

João Emanuel reuniu vários dos vereadores que o apoiam em uma pousada em Chapada dos Guimarães, onde devem ficar "confinados" até próximo ao horário da posse.

Ele já conta com o voto do seu colega de bancada, Toninho de Souza (PSD), e tem garantido, também, o apoio dos dois membros da bancada petista – Allan Kardec e Arilson da Silva.

No PMDB, o social-democrata conta com os votos de Domingos Sávio e Haroldo Kuzai. Ele teria também os votos de Marcrean Santos (PRTB) e Oséas Machado (PSC).

Da bancada do PSDB, dois já asseguraram voto a João Emanuel – Ricardo Saad e Maurélio Ribeiro, que deve ser o 1º secretário da chapa.

João Emanuel conseguiu, ainda, cooptar o apoio de Clovito Hugueney, no PTB do seu adversário. Como recompensa por enfrentar o partido, o petebista deve ter um lugar na Mesa Diretora.


Continuidade 

Em sua busca pela reeleição, Júlio Pinheiro deve ter o voto de três dos quatro vereadores do PTB – ele próprio, Leonardo de Oliveira, e Dilemário Alencar, que, mesmo contrariado, deve cumprir a decisão do partido de dar suporte à continuidade da gestão de Pinheiro.

No PRP, ele teria o voto dos dois integrantes da bancada – Lilo Pinheiro e Wilson Kero Kero. Pinheiro contabilizaria também os votos dos dois componentes do PDT – Adevair Cabral e Renivaldo Nascimento.

Ele contaria, também, com o voto de Mario Nadaf (PV), Chico 2000 (PR) e Juca do Guaraná Filho (PT do B) – este último estaria disposto a contrariar a determinação do partido de votar em João Emanuel. Pinheiro teria, também, somente um vereador do PSB: Adilson Levante.

Terceira via

As articulações pelo comando da Câmara começaram ainda em outubro, após a eleição dos 25 vereadores, e se intensificaram em novembro, após a eleição do prefeito.

Nesse meio tempo, alguns vereadores ensaiaram lançar candidatura a presidente, como Dilemário Alencar e Adevair Cabral.

No entanto, a disputa acabou se polarizando rapidamente entre Júlio Pinheiro e João Emanuel.

No final das contas, além dos dois, somente um vereador lançou a candidatura de fato e se apresentou como "terceira via" - Onofre Junior.

O socialista, porém, não conseguiu se articular e a candidatura não deslanchou. Ele não recebeu suporte nem mesmo da direção ou dos colegas do partido e acabou "morrendo na praia".

A três dias da disputa, Onofre recebeu o apoio formal da direção do PTB, que determinou que Faissal e Levante votassem nele. Mas a determinação continha um porém - o apoio estava condicionado à capacidade de Onofre montar uma chapa e se viabilizar, o que acabou não ocorrendo.