Central de denúncias ajuda combate à pedofilia na internet


Polícia Federal tem 27 inquéritos para apurar a atuação dos criminosos

A publicação de fotos e vídeos de crianças e adolescentes nus ou mantendo relações sexuais com adultos são os crimes de pornografia infantil mais comuns cometidos na internet, em Belém, segundo o delegado de Defesa Institucional da Polícia Federal, Alberto Queiroz Navarro, que é especialista no combate a esse tipo de crime, somente no ano passado, 19 investigações de pornografia infantil na internet foram abertas na área de atuação da Superintendência da Polícia Federal de Belém, que alcança a Região Metropolitana, Marajó e o Nordeste Paraense.
Os casos descobertos vêm crescendo a cada ano: em 2011, foram instauradas apenas quatro investigações contra três do ano anterior. Atualmente, são 27 inquéritos em curso, no total. 

A rede de enfrentamento ganhou uma ferramenta importante, a Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos, da SaferNet Brasil, uma associação civil de direito privado e sem fins lucrativos, que é referência nacional no enfrentamento aos crimes e violações aos direitos humanos na internet, atuando em parceria com a Polícia Federal e outras instituições.
A Central de Denúncias de Crimes Cibernéticos é a única em funcionamento na América Latina e no Caribe e pode ser acessada no endereçohttp://www.safernet.org.br/site/institucional/projetos/cnd. Ela recebe a média diária de 2.500 denúncias envolvendo páginas com evidências de crimes de pornografia infantil ou pedofilia, mas também de racismo, neonazismo, intolerância religiosa, apologia e incitação a crimes contra a vida, xenofobia, homofobia e maus tratos a animais.

No próximo dia 5 de fevereiro, a SaferNet e a Polícia Federal lançarão uma campanha nacional de conscientização das lan houses. 'Hoje, um dos principais problemas que temos é a falta de controle das lan houses, que não cumprem a legislação quanto ao controle dos usuários que utilizam cada computador e em que horário. Em qualquer lugar tem uma lan house, mesmo que pequena', aponta o delegado.
Dentre os inquéritos em curso na Superintendência da PF de Belém, estão casos de pessoas que criaram comunidades de pornografia infantil no Orkut, trocaram fotos e vídeos com esse tipo de conteúdo através dessa mesma rede social ou pelo GigaTribe, uma rede social que compartilha arquivos pesados, como fotos e vídeos, de forma restrita. Também existe investigação no Pará sobre o compartilhamento de conteúdo degradante de abuso sexual de crianças e adolescentes na rede privada de compartilhamento de arquivos, conhecida como DirtyNet. A rede foi alvo de uma operação da Polícia Federal, em junho do ano passado, que cumpriu 15 mandados de prisão em vários estados brasileiros, exceto no Pará. A quadrilha trocava arquivos de forma comercial com internautas do Brasil e de mais 34 países.
Fonte: Jornal O Liberal