Abuso Sexual:Família decide não doar órgãos de criança abusada pelos pais


 Redação
Laudo emitido pelo Hospital Jardim Cuiabá oficializou na tarde desta sexta-feira (11) a morte cerebral do garotinho João Pedro Pereira da Silva, 3, que estava internado vítima de tortura e abusos sexuais, que segundo a Polícia Civil, foram praticados pelos pais Fernando Bruno Pereira, 21, e Luziane da Silva Rodrigues, 27, moradores de Tangará da Serra (239 Km a médio-norte de Cuiabá), cidade onde o menino recebeu os primeiros atendimentos até ser transferido para Cuiabá no dia 1º de janeiro. O documento foi encaminhado à Promotoria da Infância e Juventude e à Justiça para que fosse autorizado o desligamento dos aparelhos.

Não bastasse a brutalidade dos crimes cometidos, segundo a Polícia, justamente por quem deveria dar amor e proteger a criança, outro fato triste no caso que tem revoltado a população de Tangará da Serra é que a morte cerebral do garoto foi confirmada exatamente no dia em que ele completaria 3 anos de idade, ou seja, nesta sexta-feira (11). De acordo com o conselheiro tutelar de Cuiabá, Devair Rodrigues, que acompanha o caso desde que foi acionado pelos médicos do Pronto-Socorro da Capital, os órgãos da criança não serão doados, apesar de familiares terem tentado sem sucesso iniciar os trâmites necessários para a doação dos órgãos e tecidos. O excesso de burocracia fez com que o tio do garoto que acompanhava o caso em Cuiabá, desistisse do procedimento.
A criança foi resgatada por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) na noite de domingo (30) de dezembro, quando deixou a casa da família no Jardim Califórnia entubada. Segundo os pais, o menino havia sofrido uma convulsão depois de uma queda no banheiro. O conselho tutelar de Tangará da Serra foi acionado pela médica que assumiu o plantão da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital infantil.
No dia 1º de janeiro o menino foi transferido para o Pronto-Socorro de Cuiabá e no dia 7, após uma ação judicial, encaminhado para o Hospital Jardim Cuiabá, onde 4 dias depois foi constatada a morte cerebral. A Justiça já havia determinado a perda do pátrio poder dos pais sobre a criança. Dessa forma, um tio do garoto saiu de Tangará e veio para Cuiabá onde acompanhava o menino e já cogitava entrar na Justiça pedindo a guarda, caso a criança sobrevivesse.
Ao ser transferido para Cuiabá o garoto apresentava traumatismo craniano e diversos hematomas pelo corpo como fraturas dentárias, lesões nos órgãos sexuais, traumatismo craniano, fratura na coxa e um quadro grave de desnutrição.
Os pais que são acusados pelos crimes estão presos acusados de tortura qualificada e estupro de vulnerável, crimes pelos quais já foram indiciados. Após a confimação da morte nesta sexta-feira, o corpo de João Pedro foi levado para o Instituto Médico Legal (IML) de Cuiabá. As investigações são conduzidas pela delegada Liliane Soares Diogo que já anexou ao inquérito os laudos médicos que confimam as agressões e fraturas.