Prefeito de Parintins (AM) diz ser vítima de armação política

O Prefeito de Parintins convocou a imprensa para uma coletiva na noite desta terça-feira (17)
O Prefeito de Parintins convocou a imprensa para uma coletiva na noite desta terça-feira (17) (Divulgação)
O prefeito de Parintins, Bi Garcia (PSDB), pediu na noite desta terça-feira (17) a abertura de inquérito policial e apuração do Ministério Público Estadual (MPE) para o que ele chama de uma suposta armação política.
Sem citar nomes, Garcia disse que ele e a esposa Michele Valadares estariam sendo vítimas de um esquema arquitetado por adversários políticos, e que estariam usando a empresária Franciane Batista, dona de um restaurante na cidade.
Franciane protocolou denúncia em cartório que acusa o prefeito de atentado contra a vida dela e do seu marido Inaldo Ribeiro, conhecido Japoca.
A empresária também delatou que a juíza de Direito, Melissa Sanches, da 2ª. Vara da Comarca, dava proteções ao prefeito.
“Não conheço essa jovem. Isso é uma grande farsa, uma grande mentira. Mas a polícia e a Justiça já estão tomando as providências para apurar quem esta por trás de tudo isso”, afirmou Garcia, que convocou a imprensa para uma coletiva na noite desta terça-feira (17).

Franciane tem uma filha fora do casamento que ela diz ser supostamente do empresário Alexandre Barros da Silva, o Alexandre da Carbrás, que é virtual candidato a prefeito.
Ela fala ainda na carta que foi procurada pela primeira dama, pelo secretário de saúde, Josimar Marinho, vereador Juliano Petro Velho, pelo próprio prefeito e mais dois assessores e até pelo diretor da Rádio Tiradentes local, Ronildo Tiradentes a aceitar uma oferta de R$ 100 mil, uma casa e outras vantagens para acusar Carbrás de um crime de pedofilia e de não pagar pensão alimentícia. Os locais desses encontros não são mencionados.
“Como nunca aceitei passaram a nos ameaçar. Chegaram a atirar em minha casa para nos intimidar”, diz a empresária no documento.
O prefeito informou que formalizou denuncia na Justiça por danos morais.
“Pedi à delegada que solicite quebra de meu sigilo telefônico e imagens do sistema de segurança da minha casa, para que tudo seja esclarecido e possamos descobrir os autores desta farsa”, protestou o prefeito. Os acusados pela empresária negaram os encontros com ela.

O prefeito disse que em épocas de eleições, em Parintins, já foram montadas várias “armações”. Ele chegou a mencionar a farsa do crime do Areal, no final da década de 90, que tinha o intuito de acusar o ex-prefeito Eneás Gonçalves, pela morte de um jovem.
O esquema foi desmantelado e os autores presos. “Em reunião com secretários, falei a eles que nesta eleição nossos opositores jogariam baixo e agiriam de forma sorrateira, porque eram acostumados a usar da truculência e da violência contra as pessoas”.

Após a coletiva do prefeito Franciane não quis se pronunciar. No fim de semana, ela denunciou que foi vítima de um atentado.
Um homem, usando  roupas pretas e capacete escuro teria atirado contra a residência dela, localizada a rua Clarindo Chaves, Centro. A polícia está apurando o caso.
“Não vamos dar detalhes do trabalho para não prejudicar as investigações’, disse a delegada Ana Denise Machado.

Sobre a denúncia contra a juíza Melissa Sanches, que a empresária cita na carta, Bi Garcia disse que não tem relações de amizade com a magistrada.
“Não há amizade. Respeito à juíza pelo seu trabalho e pelos serviços que ela presta ao povo de Parintins. Isto é uma armação com o objetivo de desestabilizar os poderes e deixá-los sob suspeita e com imagens arranhadas na sociedade”, concluiu.  
A reportagem tentou manter contacto com a magistrada, mas obteve informações que Melissa se encontra de férias fora do Estado.

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