O cabo PM aposentado Oriovaldo Almeida de Souza, de 57 anos, foi preso sob acusação de exploração de oito menores, sendo que a mais nova tem 11 anos.
Uma delas, de 14 anos, disse estar grávida do policial, que trocava comida por sexo, em sua casa, na Cohab Dom Bosco, na cidade de Várzea Grande.
A prisão do militar ocorreu na noite de quarta-feira (18), na residência dele. O cabo está com a prisão temporária de 30 dias decretada pelo juiz da 3ª Vara Criminal de Várzea Grande, Newton Franco de Godoy.
Na casa dele, policiais da Delegacia da Defesa da Mulher, Adolescente e Idoso de Várzea Grande apreenderam filmes pornográficos e fotos de meninas seminuas em celulares, e também em câmeras fotográficas.
Das oito meninas, somente uma foi ouvida pela delegada Ana Paula Faria de Campos, responsável pelas investigações.
Segundo a delegada, a exploração sexual ocorria há cerca de dois anos, mas somente veio à tona em junho do ano passado, após o Conselho Tutelar receber uma denúncia.
Em outubro, a menina foi ouvida e confirmou que visitava a casa do militar, assim como outras sete menores, todas moradores nos bairros próximos.
“São adolescentes em situação vulnerável e ele (o cabo PM) se aproveitou dessa situação”, disse a delegada Ana Paula.
Conforme a adolescente, há dois anos, ele a conheceu ao pedir R$ 5, na rua. Além do dinheiro, deixou o número do celular para pedir mais. A partir daí, começou a freqüentar a casa dele, que tinha uma geladeira repleta de guloseimas.
"Só tinha coisa boa na geladeira. No freezer, muita bebida. E, no quarto, num armário, cremes de beleza, creme para as mãos, pés, xampu, tudo de bom”, relatou a adolescente, segundo a delegada.
A menina ainda contou o que havia para comer – pizza, sorvetes, bombons, caixa de leite com chocolate, entre outros. No freezer, havia cerveja, uísque, refrigerantes e outros tipos de bebida.
“Os nossos policiais foram até a casa do PM e confirmaram as denúncias da menor. O que ela relatou foi encontrado”, explicou a delegada.
Na última terça-feira (17), o cabo PM teve a prisão temporária decretada.
Aos policiais, ele alegou que não tinha culpa, uma vez que as meninas é que o procurava. Com isso, admitiu que tinha relação com elas.
As demais vítimas de exploração já foram identificadas e deverão ser ouvidas, nos próximos 30 dias.
A delegada esclareceu que, caso as menores de 14 anos confirmem que mantiveram relação sexual, o cabo PM será indiciado pelo crime de estupro de vulnerável e as demais, por exploração sexual.
Como a pena máxima para cada crime é de 15 anos, o militar poderá pegar uma pena de até 120 anos de prisão.
Oriovaldo de Souza foi encaminhado para o Cadeião de Santo Antônio de Leverger, onde funciona um presídio militar.
Ao final das investigações, a delegada deverá pedir a prisão preventiva dele.
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