Um médico do Hospital de São Teotónio, em Viseu, é o principal suspeito de ter colocado uma microcâmara na casa de banho do serviço de Neurocirurgia. O WC era utilizado sobretudo por enfermeiras.
O clínico recusou prestar esclarecimentos ao nosso jornal, alegando que "todos os profissionais foram alertados pelo conselho de administração a não prestar qualquer tipo de comentário à Comunicação Social, desde o início do processo".
Os funcionários manifestaram-se surpreendidos e os utentes preocupados. "Não me admiro nada que seja um médico o responsável. Pelas histórias que oiço diariamente, aqui já nada me surpreende", disse um funcionário, que pediu anonimato. "É um médico, mas deve estar muito doente para fazer uma coisa destas", acrescentou uma funcionária, que também solicitou anonimato.
José Manuel Silva, bastonário da Ordem dos Médicos, mostrou-se "profundamente surpreendido" com a notícia, considerando o acto "deplorável e "uma grave violação do Código Deontológico dos médicos". O bastonário garante que a Ordem "vai com o caso até às últimas consequências" e que "haverá uma penalização por parte do conselho disciplinar". O conselho de administração do hospital apenas se pronunciará quando tiver "informações oficiais".
O caso remonta a 13 de Julho, quando um auxiliar que fazia limpezas no WC do serviço de Neurocirurgia encontrou um dispositivo atrás de uma sanita e pensou tratar-se de uma bomba. A PSP de Viseu foi chamada ao local e, após verificar que se tratava de uma câmara de filmar, recolheu o aparelho, para investigações. Desde então, vários funcionários, médicos e enfermeiros foram inquiridos.
O suspeito de espiar incorre num crime de devassa da vida privada, que pode ser punido com uma pena até um ano de prisão.
UTENTES EXIGEM 26 MILHÕES POR ERROS MÉDICOS
Só na Zona Sul, no mês de Agosto do ano passado, o Conselho Disciplinar da Ordem dos Médicos tinha em mãos "mais de mil processos". Os mesmos números repetiam-se, segundo fonte da Ordem, no Norte e no Centro. Entre 2005 e 2010, foram punidos 120 médicos e suspensos 11. Em 2009 foram punidos pela Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) 16 médicos e suspenso um, por actuação negligente. Também no ano passado, a IGAS descobriu, através do levantamento das acções judiciais interpostas pelos utentes do SNS por erros médicos, que são exigidas indemnizações que totalizam cerca de 26 milhões de euros.
PACIENTES NO RECOBRO VÍTIMAS DE ABUSO
O cirurgião vascular Alcídio Rangel foi detido em Lisboa, em Junho, acusado de mais de vinte crimes de abuso sexual de pessoa incapaz de resistência. A maioria dos casos reporta-se a mulheres operadas por si às varizes e que se encontravam em recobro após a cirurgia, algumas sob efeito da anestesia.
O médico, que aguarda julgamento em prisão domiciliária, é acusado de cinco crimes sexuais de pacientes no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, entre 2006 e 2008, altura em que os casos foram conhecidos pela Ordem dos Médicos. É ainda acusado de outros 15 crimes sexuais cometidos na mesma unidade hospitalar, desde que foi reintegrado ao serviço, no final de 2008 e até Fevereiro de 2010, quando acabou por ser expulso da Função Pública.
Alcídio Rangel foi ainda médico da Federação Portuguesa de Futebol, acompanhando a selecção feminina e a de sub-19, além de exercer medicina privada. O médico foi detido pela Polícia Judiciária quando se encontrava num condomínio de luxo.
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